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terça-feira, 3 de abril de 2012

Visita Pascal 2012

Consulte as informações sobre a visita pascal disponíveis no documento abaixo, nomeadamente, os delegados e os mordomos da Cruz para cada lugar da Paróquia e os horários da visita pascal e das Eucaristias da Páscoa. 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Via-Sacra dinamizada pelos jovens da Paróquia



Sexta-feira Santa, dia 6 de abril, haverá uma Via-Sacra na Igreja da Branca, às 20h30 antes das cerimónias próprias deste dia. 

Esta Via-Sacra contará com a encenação de algumas estações e com a participação dos jovens da Paróquia, incluindo grupos de jovens, crismando e escuteiros.

Contamos com a sua presença!

Domingo de Ramos - 01 de Abril


Tema: "Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!"

1ª Leitura: Is 50, 4-7

2ª Leitura: Filip 2, 6-11

Evangelho: Mc 14,1–15,47


Mensagem:
Uma leitura do texto da Paixão segundo S. Marcos faz-nos salientar alguns aspectos importantes: Jesus continua a ser manso e humilde, consciente da sua missão, aceitando a vontade do Pai a quem se dirige de forma carinhosa: «Abba!». É a resposta expressa à declaração que o Pai fez após a sua humilhação do baptismo por João: «Tu és o meu Filho muito amado!». Por outro lado, toda a sua humanidade aparece expressa no medo que tem da morte e na sua angústia perante o que está para acontecer, incluindo o facto de ser abandonado por todos. Jesus é um homem só!

A mesma mansidão e humildade expressa-se no silêncio perante as autoridades. Silêncio que vem desde o princípio do evangelho sobretudo em relação à sua messianidade. No entanto, é ele mesmo quem oferece ao sinédrio o motivo da acusação. Quando o sumo-sacerdote Lhe perguntou directamente se Ele era «o Messias, o Filho de Deus bendito» (Mc 14,61b), Jesus respondeu claramente: «Eu sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso e vir sobre as nuvens do céu» (Mc 14,62).

A entrada de Cristo em Jerusalém
A expressão «eu sou» é a tradução do nome de Deus YHWH («eu sou aquele que sou» - Ex 3,14)… É a afirmação clara da dignidade divina de Jesus. A referência ao «sentar-se à direita do Todo-poderoso» e ao «vir sobre as nuvens» esclarece a dignidade divina de Jesus, que um dia aparecerá no lugar de Deus, como juiz soberano da humanidade inteira. Daí a indignação do sumo sacerdote, rasgando as vestes e condenando Jesus como blasfemo.

Todo o relato culmina com a declaração do centurião que soa a profissão de fé: «Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!» Finalmente, após o início do Evangelho de Jesus Cristo Filho de Deus, surge na boca dum homem uma afirmação verdadeira acerca da pessoa de Jesus. Ele só pode ser entendido em toda a sua profundidade à luz da Cruz. 

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro  (adaptação)   

domingo, 25 de março de 2012

V Domingo da Quaresma - 25 de Março

Tema: "Se alguém me serve, siga-me"

1ª Leitura: Jer 31, 31-34

2ª Leitura: Hebr 5, 7-9

Evangelho: Jo 12,20-33


Mensagem:
Esta passagem segue-se imediatamente ao episódio da ressurreição de Lázaro, que termina com a exclamação: «Todo o mundo vai atrás dele». Na sequência, são referidos alguns gregos que também vieram a Jerusalém para adorar. Já fizeram um longo caminho para abandonar os seus ídolos para se converterem a um Deus único. Mas procuram mais: querem ver Jesus. Ver é entender, é experimentar, é descobrir a identidade. E naturalmente dirigem-se àqueles que lhes estão mais próximos, isto é, a aos que têm nome grego (Filipe e André).

Não é referido um encontro com Jesus porque estes gregos simbolizam os pagãos a quem os discípulos receberão a missão de evangelizar. O verdadeiro encontro dos pagãos com Jesus acontecerá, através da comunidade aqui representada pelos dois discípulos, e após a glorificação: «Quando Eu for levantado da terra atrairei todos a mim». Mas, para já, fica uma lição importante para os gregos: a verdadeira vida, a verdadeira honra não se encontra no prestígio exterior, na vaidade, mas na entrega e no serviço, como Jesus está para fazer.

Chegou a sua Hora: hora de paixão e glorificação, hora de entrega e obediência ao Pai. Este caminho de glorificação é oposto ao caminho apresentado pelo mundo. Por isso, o estilo de vida que o mundo apresenta está para ser julgado, posto em evidência como falso, para chegar à vida porque se opõe à verdadeira Vida.

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro  (adaptação)   

terça-feira, 20 de março de 2012

domingo, 18 de março de 2012

IV Domingo da Quaresma - 18 de Março

Tema: "Quem nele acredita não é julgado"

1ª Leitura: 2 Cr 36,14-16.19-23

2ª Leitura: Ef 2,4-10

Evangelho: Jo 3,14-21


Mensagem:

O texto do evangelho deste domingo é uma parte do diálogo de Jesus com Nicodemos, um fariseu membro do Sinédrio que procura Jesus para saber algo mais da doutrina que aquele novo mestre, Jesus de Nazaré, anda a ensinar. Procura Jesus de noite para não ser visto pelos seus correligionários e, desta forma, não comprometer a posição que tinha na sociedade religiosa do seu tempo. Porém, mais tarde vemo-lo a defender Jesus (cf. Jo 7,48-52) e no momento em que Jesus foi descido da cruz e colocado no túmulo (cf. Jo 19,39).

Na primeira parte do texto temos a comparação com a serpente de bronze levantada por Moisés no deserto como primeiro anúncio da elevação e exaltação do homem Jesus sobre a cruz. Esta elevação-exaltação do homem Jesus sobre a cruz representa a condição necessária para o reconhecimento da sua divindade; daquele trono real Jesus atrairá todos a si. Olhando Jesus, fixando o olhar no amor que Ele manifestou, e crendo nele obtém-se a salvação, a vida na sua plenitude, a vida eterna.

A segunda parte do texto apresenta a missão de Jesus como Filho do Homem exaltado que encontra a sua origem no amor de Deus pelo mundo que quer salvar, concedendo-lhe a vida para sempre.

A expressão «Filho unigénito» faz lembrar a atitude de Abraão em relação ao seu filho Isaac, a quem está disposto a sacrificar por amor a Deus (cf. (Gn 22,16). Neste caso é que, por amor dos homens, entrega o seu Filho em sacrifício. Por isso, a atitude de Deus para com a humanidade não pode ser de julgamento-condenação mas de salvação. Deus oferece a salvação ao homem que a quer aceitar e viver na Luz, ou seja, no Filho de Deus, praticando as obras da Luz, deixando de estar nas trevas, isto é, no pecado. A não aceitação da proposta de vida que Deus oferece implica para o homem a sua própria condenação.
Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro  (adaptação)    

domingo, 11 de março de 2012

III Domingo da Quaresma - 11 de Março

Tema: "Destruí este Templo, e em três dias o farei ressurgir"

1ª Leitura: Ex 20, 2-17

2ª Leitura: 1 Cor 1, 22-25

Evangelho: Jo 2, 13-25



Mensagem:
A cidade de Jerusalém, que habitualmente teria 50 000 habitantes, em alturas de Páscoa albergava à volta de 150 000 para a celebração da grande festividade. Chegava gente de toda a região da Palestina mas também de todos os pontos do Império Romano, alguns deles provavelmente para fazerem a sua única peregrinação à Cidade Santa.

Todos precisavam de adquirir um cordeiro para a ceia pascal, todos compravam ovelhas ou bois ou pombas para oferecerem em holocausto no altar do Senhor. Os que vinham de fora precisavam de trocar as suas moedas romanas, impuras perante a Lei judaica, por outras de cobre que ofereciam ao Templo.

Tratava-se, portanto, duma ocasião que os comerciantes e cambistas não podiam perder para, por um lado, prestar um serviço aos que chegavam e, por outro, obter um bom lucro. E todo este negócio era controlado pelas grandes famílias sacerdotais, na altura a família de Anás e Caifás.

Neste ambiente, o evangelista João apresenta um episódio dando, ao mesmo tempo, o significado profundo da ação de Jesus. Jesus tinha entrado no templo outras vezes. Recordemos a narração de Lucas, quando Jesus aos doze anos se encontra de tal modo na «Casa do Pai» que até se esquece de regressar para Nazaré. Por isso, não era novidade o que se passava naquele lugar santo. Mas chegou a hora de realizar, como em Caná, um novo sinal. O templo tornou-se um lugar de comércio. Em vez de encontrar pessoas enamoradas por Deus, Jesus vê gente ávida de lucro, não querendo saber do lugar onde se encontravam.

Jesus cumpre o acto profético anunciado pelo profeta Zacarias: «Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio», ao proclamar a presença do «dia do Senhor». Jesus é o Filho que vem no dia do Senhor à casa de seu Pai.

Uma interpretação surge na forma de entender por parte dos discípulos: «O zelo da tua casa me devorará», passagem do Salmo 69,10 – salmo dos justos que sofrem – que também se irá realizar na pessoa de Jesus que purificará verdadeiramente o templo à custa da sua vida.

O desafio lançado por Jesus, como sinal da sua ação, irá constituir uma ofensa para os defensores da continuidade: «Destruí este Templo, e em três dias o farei ressurgir». Percebido à letra pelos seus opositores, apenas captado pelos discípulos após a ressurreição de Jesus, este sinal anuncia a grande substituição que se irá operar. Todo o verdadeiro culto deixará de estar ligado ao templo de Jerusalém para se deslocar para a pessoa de Jesus, verdadeiro Templo de Deus em que se realiza realmente o encontro de Deus e o homem. A afirmação «absurda» de Jesus será usada mais tarde no Sinédrio como acusação contra ele.

A parte final manifesta a liberdade de Jesus e o seu conhecimento profundo do coração humano. Não se deixa prender por entusiasmos momentâneos de quem, movido pelas suas ações grandiosas, adere a Ele mas está longe de captar a sua mensagem

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro  (adaptação)    

domingo, 4 de março de 2012

II Domingo da Quaresma - 4 de Março

Tema: Transfiguração de Jesus

1ª Leitura: Gen 22, 1-2.9a.10-13.15-18;

2ª Leitura: Rom 8, 31b-34;

Evangelho: Mc 9, 2-10


Jesus começa lentamente a revelar-se, começando uma catequese aos apóstolos que se desenvolverá por graus através dos três anúncios da Paixão, mas que encontra nos ouvintes um difícil acolhimento.

Nos anúncios da paixão o tema do sofrimento e da morte prevalece mas não está só; todo o anúncio termina com o aceno à ressurreição. A transfiguração aparece colocada pouco depois do primeiro anúncio e é seguida quase imediatamente do segundo. Nela o tema da glória prevalece; mas também está aqui presente o tema da dor.

E apareceu-lhes Elias com Moisés
- A presença dos dois personagens, entre os máximos do Antigo Testamento, no momento em que o Pai está para revelar quem é Jesus aos discípulos, não é explicada, mas só indicada. A função de Moisés e Elias parece a de quem presta homenagem a Jesus e dá testemunho da voz do céu. O Antigo Testamento (Elias representaria os profetas; Moisés a Lei) insere-se assim na vida de Jesus. 

Este é o meu Filho Predileto - A frase é a mesma que se ouviu na narração do batismo e que condensa, aprofundando-as, diversas expressões do Antigo Testamento. O Pai apresenta agora o Filho predileto, o seu unigénito, aos três discípulos. A voz é-lhes endereçada: «Este é o meu Filho».

Escutai-O! - A frase tem uma grande extensão. Todas as palavras de Jesus são autenticadas, aprovadas e defendidas por Deus.
"Transfiguração de Cristo" (1487) de Giovanni Bellini
Pintura exposta no Museu e Galeria Nacional de Capodimonte, Nápoles

Agora Jesus tem o aspecto daqueles que Deus já glorificou com a vida imortal (luz e brancura das vestes). Paixão e ressurreição, humilhação e glória estão entrelaçadas. De tal modo, a transfiguração se torna ela mesma um anúncio, uma profecia dos factos.

O que por agora domina aqui sobre o monte, diante dos olhos estupefactos de Pedro, Tiago e João é sobretudo a glória. Por um breve momento, Jesus oferece aos seus discípulos mais caros uma iluminação sobre o seu futuro e o deles, um presságio do além. O seu desembocar natural, inevitável, será a glória; a qual então manifesta o secreto valor do presente sofrimento: «Porque quem quiser salvar a própria vida, há de perdê-la; mas, quem perder a própria vida por minha causa, salvá-la-á».

Aquele Jesus que se apressa para a condenação por parte dos chefes de Israel é exatamente o Filho predileto de Deus. Precisamente ele, não já Moisés ou Elias, é o mestre que agora Deus apresenta ao mundo. E é a nação eleita, que tinha escutado Moisés e Elias, que devia cumprir o mais trágico erro judicial.

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro  (adaptação)  

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

domingo, 26 de fevereiro de 2012

I Domingo da Quaresma - 26 de Fevereiro

Tema: "Convertei-vos e crede no Evangelho"

1ª Leitura: Gen 9, 8-15

2ª Leitura: 1 Ped 3, 18-22

Evangelho: Mc 1,12-15


Mensagem:
Na cena do Baptismo (Mc 1,9-11) temos a manifestação do Pai a mostrar que Jesus é Filho de Deus. Na referência à tentação (Mc 1,12-13) temos a manifestação dos anjos e demónio, mostrando-nos que Jesus é verdadeiro homem, pela tentação do pecado.

"Tentação de Jesus no Deserto"
Pintura de William Brassey Hole
O deserto é uma realidade com duas faces: geográfica e teológica. Geograficamente, é o deserto da Judeia, entre Jerusalém e Belém, Jordão e Mar Morto. Teologicamente, todo o deserto, na Bíblia, tem 2 dimensões: é o lugar povoado por espíritos malignos, onde o homem tem medo de passar. De tal modo que só os homens corajosos e de fé passavam pelo deserto. Era o lugar da luta interior. Mas também é o lugar do encontro com Deus, convívio interior com Deus. Deus revela-se face a face com o homem no deserto do Sinai; é assim que Israel encontra no deserto o Senhor, mas também foi no deserto que foi tentado.

Marcos diz-nos que Jesus foi tentado durante 40 dias. 40 é um número sagrado, de plenitude, simbólico (é 10, número da perfeição com a multiplicação por 4, ou seja, o número dos pontos cardeais).

A Sagrada Escritura reconhece o valor sagrado deste número: 40 dias durou o dilúvio; 40 dias demoraram os israelitas a atravessar o deserto do Egipto ao Sinai; 40 dias esteve Moisés no alto do Sinai face a face com Deus; 40 anos demorou o povo a chegar à terra prometida; 40 dias demorou Elias a ir da Palestina até ao Horeb.

Marcos não diz em que consiste a tentação, mas o facto de afirmá-lo, em atribuí-la ao demónio, mostra que Jesus teve que enfrentar as forças do mal logo desde o início da sua vida pública e depois ao longo dela.

Marcos não refere a fome de Jesus. Confrontando com os outros sinópticos vê-se o que há de comum: facto da tentação, 40 dias, deserto e demónio. Concluímos que a tradição oral antes de se escreverem os evangelhos já conhece os dados da tentação. Vemos que da parte de Marcos há uma tentativa de penetrar o mistério de Cristo à luz da teologia bíblica.
Embora não pareça exacta esta ilação, a referência aos animais ferozes dá a entender que houve como que uma convivência pacífica de Jesus com os animais ferozes. Jesus, vivendo no deserto em companhia dos animais, reintegra o homem na harmonia inicial do homem no paraíso. Há uma reconciliação do homem com a natureza.

E os anjos o serviam... Aqui pretende significar que Deus não deixa morrer à fome o seu ungido e o seu enviado. Deste modo, os anjos desempenham um papel contraposto ao dos demónios. Os anjos faziam de diáconos prestando serviços. Todos Os grandes intervenientes na história da salvação foram sujeitos a uma tentação.

O serviço dos anjos também nos leva ao paraíso, mas de um modo contrário. Para o homem pecador, os anjos têm um papel de castigar o homem tentado; agora ajudam o homem tentado, mas vencedor. Cristo tentado mas vencedor, servido pelos anjos, é uma garantia de salvação.

"Cristo no deserto servido por Anjos" (1653) de Charles Le Brun
Pintura exposta no Museu do Louvre, Paris

Há duas condições para entrar neste processo do Reino: Arrepender-se (metanoía) e acreditar. Arrepender-se significa arrepiar caminho, mudar o rumo para se voltar (converter) para Deus. A conversão é uma mudança radical. Deve mudar a atitude interior e a conduta exterior. Converter-se é voltar-se para Deus em atitude de obediência e acolher com alegria a sua soberania. O Evangelho é a possibilidade de experimentar alegremente a soberania de Deus na própria vida.

E é preciso acreditar, não apenas em verdades, mas n’Aquele que é a Verdade, o anunciador e o próprio Evangelho. Acreditar é confiar em Jesus Cristo que vem como resposta às nossas interrogações. Para quem aceita estas duas condições, o Reino oferecido de graça, como dom, será para ele realmente uma Boa Nova.

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro  (adaptação) 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quaresma: Tempo de Fraternidade e de Esperança


Mensagem de Quaresma de D. António Francisco, Bispo de Aveiro


Caros Diocesanos

1.Na mensagem que nos dirige para esta Quaresma, o Santo Padre Bento XVI inspira-se na palavra da Carta aos Hebreus: “Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Heb 10,24).

O Santo Padre diz-nos que na sociedade prevalecem a indiferença, o desinteresse e o egoísmo, mesmo quando mascarados por uma aparência de respeito pelo outro. Por isso, não podemos estranhar a actualidade da palavra dorida de Paulo VI ao afirmar que «o mundo actual sofre sobretudo de falta de fraternidade: o mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem dos recursos do universo» ( Populorum Progressio, 66).

Importa cultivar um olhar de fraternidade e de esperança que transforme o coração indiferente diante do sofrimento humano e endurecido perante as injustiças sociais num coração que vê com um olhar «feito de humanidade e de carinho pelo irmão… olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa» (Mensagem da Quaresma de Bento XVI).

Esta mensagem de Bento XVI, dirigida a todo o mundo, encontra a Europa e Portugal num momento complexo da sua história vivido com acrescidas dificuldades que pesam sobretudo sobre os mais frágeis, os mais pobres e os mais sós.

Neste Ano Europeu do Envelhecimento Activo e do Diálogo Intergeracional e em flagrante contraste com quanto nesta iniciativa se pretende, temos sido confrontados pelas notícias frequentes de idosos sós, condenados a morrer ao abandono. Também aqui somos chamados a este olhar atento e a este dom recíproco de um amor próximo, vizinho e irmão de cada um de nós pelos outros. As comunidades cristãs têm aqui um campo imenso de presença e de acção.

Importa saber olhar os idosos como um dom de vida e de bênção e como uma escola de sabedoria onde o futuro já começou e diariamente se aprende.

Mais do que lamentarmo-nos pelo declínio de uma civilização em fim de ciclo, que a presente crise social indicia, devemos ser capazes de iluminar o mundo com a luz transformadora que nos vem da Páscoa de Jesus. Importa cultivar este olhar de fraternidade que pressente no horizonte sinais de esperança. Um olhar atento é sempre fonte de sabedoria e de fraternidade a dizer-nos que um futuro justo e solidário não é um destino distante nem um caminho inacessível.

2. A Quaresma é para os cristãos, e deve ser através deles para todo o mundo, um convite a cultivar este olhar de fé, de esperança e de fraternidade e a sonhar o mundo novo das bem-aventuranças que cada Páscoa nos traz.

A Quaresma é caminho rumo à Páscoa de Jesus e oferece-nos tempo, oportunidade e sentido para a oração em família e em comunidade, para a vivência do jejum e da sobriedade, para a celebração dos sacramentos e para o exercício da solidariedade humana e da caridade cristã.

A Páscoa é para quem acredita em Jesus, vivo e ressuscitado, a fonte da alegria, da esperança e da força transformadora das realidades do mundo. A Páscoa é a luz da Vida Nova no Ressuscitado e o caminho de renovação e de esperança para o mundo. Ela é o alicerce firme da nossa perseverança e constância mesmo nos momentos mais difíceis da história humana e abre horizonte a este olhar de fraternidade aprendido de Cristo no Evangelho e concretizado no viver diário da Igreja e no agir solícito e interventivo dos cristãos em todos os domínios da vida social.

Assim, também, na nossa Igreja diocesana que vive este tempo como abençoada expectativa da Páscoa de Jesus. Centrados na família, ao longo da etapa pastoral agora vivida, cultivamos este olhar atento para as famílias que somos e para a nossa Igreja, fraternidade de famílias que confirma a esperança. Preparamos, em cada dia que passa e em cada sinal de comunhão que damos, a Festa das Famílias a celebrar em 20 de Maio, em pleno tempo pascal, como verdadeira expressão da alegria de sermos Igreja de Aveiro.

No horizonte próximo está o Jubileu da restauração da nossa Diocese e a Missão Jubilar que desde já preparamos. Somos uma Igreja em missão jubilar pela alegria que nos envolve, pelos objectivos que nos propomos, pelos caminhos que abrimos, pelo testemunho de vida fraterna que damos e pelas bem-aventuranças do Reino que anunciamos. Mas isto só será possível se acolhermos o dom de Deus e vivermos atentos aos irmãos segundo o mandamento novo de Jesus. «Por isso é que todos conhecerão que sois meus discípulos. Se vos amardes uns aos outros» ( Jo 13, 35).

3. Em cada Quaresma, somos convidados a uma experiência mais significativa de renúncia daquilo que, por vontade livre e generosa, queremos partilhar com pessoas e instituições que servem esta causa comum do amor fraterno. Nesta Quaresma vamos orientar este sentido de dom e este esforço de partilha para a Casa Sacerdotal da nossa Diocese, já em fase avançada de construção, onde queremos acolher os sacerdotes doentes e idosos, e para a Diocese de Luena, em Angola, à qual nos unem laços de comunhão, fortalecidos pela presença de membros da nossa Igreja Diocesana que aí têm realizado voluntariado missionário.

Também com estes gestos cultivamos um olhar atento de fraternidade, de comunhão e de esperança.

Uma santa e fecunda Quaresma.

António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Concerto da Quaresma e Páscoa

No próximo Sábado, 30 de Abril de 2011, irá decorrer na Igreja Matriz da Branca, pelas 21h30, um concerto do Coro de Câmara de São João da Madeira.

O programa a apresentar incide sobre a temática da Quaresma e da Páscoa, numa perspectiva portuguesa dos séculos XVI e XVII. Sob a forma de Polifonia Renascentista, apresentam-se peças de Frei Manuel Cardoso, Estevão de Brito, Duarte Lobo e Filipe de Magalhães.

Este concerto é promovido pelo Grupo Coral da Jobra.

domingo, 17 de abril de 2011

Domingo de Ramos - 17 de Abril

Tema: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Antigo Testamento: Is 50, 4-7 Profecia da Paixão: o servo sofredor

Apóstolo: Fl. 2, 6-11 Cristo humilhou-se e Deus exaltou-o

Evangelho: Mt. 26, 14-27, 66 Paixão de Cristo

Mensagem:
“A morte de Jesus é a consequência lógica do anúncio do “Reino”: resultou das tensões e resistências que a proposta do “Reino” provocou entre os que dominavam o mundo […]. Na cruz, vemos aparecer o Homem Novo, o protótipo do homem que ama radicalmente e que faz da sua vida um dom para todos. Porque ama, este Homem Novo vai assumir como missão a luta contra o pecado – isto é, contra todas as causas objectivas que geram medo, injustiça, sofrimento, exploração e morte. Assim, a cruz mantém o dinamismo de um mundo novo – o dinamismo do “Reino”.

Fonte: “Firma os teus passos. Afirma a tua fé!”, Caminhada Quaresma – Páscoa 2011, Diocese de Aveiro: Secretariados da Educação Cristã

sábado, 16 de abril de 2011

Com os nossos Ramos no Monte das Oliveiras

Os diversos elementos das nossas celebrações litúrgicas são fruto de séculos de tradição acumulada. Donde vem a procissão dos Ramos com que iniciamos a liturgia da Semana Santa? Pois, vem dos cristãos de Jerusalém que, num determinado momento, tiveram vontade de recordar, no próprio lugar onde tinha acontecido, a aclamação com que Jesus foi recebido na sua entrada em Jerusalém. E naquele Domingo iam com os ramos e as palmas ao Monte das Oliveiras, e dali entravam em Jerusalém em procissão. E esta procissão foi incorporada na liturgia universal.

domingo, 10 de abril de 2011

V Domingo da Quaresma - 10 de Abril


Jesus Ressuscita Lázaro” (1870s) 
Carl Heinrich Bloch
Tema: Eu sou a ressurreição e a vida.

Antigo Testamento: Ez. 37, 12-14 Visão da ressurreição

Apóstolo: Rm 8, 8-11 A nossa ressurreição

Evangelho: Jo. 11, 1-45 Ressurreição de Lázaro: Vida do ressuscitado

Mensagem:
“A acção de dar vida a Lázaro representa a concretização da missão que o Pai confiou a Jesus: dar vida plena e definitiva ao homem. É por isso que Jesus, antes de mandar Lázaro sair do sepulcro, ergue os olhos ao céu e dá graças ao Pai (vers. 41b-42): a sua oração demonstra a sua comunhão com o Pai e a sua obediência na concretização do plano do Pai. Depois, Jesus mostra Lázaro vivo na morte, provando à comunidade dos crentes que a morte física não interrompe a vida plena do discípulo que ama Jesus e O segue. A família de Betânia representa a comunidade cristã, formada por irmãos e irmãs. Todos eles conhecem Jesus, são amigos de Jesus, acolhem Jesus na sua casa e na sua vida”.
 
Fonte: “Firma os teus passos. Afirma a tua fé!”, Caminhada Quaresma – Páscoa 2011, Diocese de Aveiro: Secretariados da Educação Cristã

domingo, 3 de abril de 2011

IV Domingo da Quaresma - 3 de Abril

Tema: Eu fui, lavei-me e comecei a ver.

Antigo Testamento: 1 Sm 16, 1b.6-7. 10-13ª Unção do Rei: (luz de Deus)

Apóstolo: Ef. 5, 8-14 Viver como filhos da luz


Evangelho: Jo. 9, 1-41 Cego de nascença e a Luz de Deus

Mensagem:

“O ‘cego’ da nossa história é um símbolo de todos os homens e mulheres que vivem na escuridão, privados da ‘luz’, prisioneiros dessas cadeias que os impedem de chegar à plenitude da vida. […] A missão de Jesus é aqui apresentada como criação de um Homem Novo. Deus criou o homem para ser livre e feliz; mas o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, dominaram o coração do homem, prenderam-no num esquema de ‘cegueira’ e frustraram o projecto de Deus. A missão de Jesus consistirá em destruir essa ‘cegueira’, libertar o homem e fazê-lo viver na ‘luz’. Trata-se de uma nova criação… Assim, da acção de Jesus irá nascer um Homem Novo, liberto do egoísmo e do pecado, vivendo na liberdade, a caminho da vida em plenitude”.
“A cura do cego” de Carl Heinrich Bloch (1834-1890)
 Fonte: “Firma os teus passos. Afirma a tua fé!”, Caminhada Quaresma – Páscoa 2011, Diocese de Aveiro: Secretariados da Educação Cristã