quinta-feira, 28 de abril de 2011

Resumo da História de S. Marcos

S. Marcos
Marcos é mencionado como companheiro de S. Paulo nos “Atos dos Apóstolos”, sendo referenciado como um dos servos ou fundadores da Igreja de Alexandria uma das principais sedes do cristianismo primitivo do oriente. De acordo com a Igreja Copta, Marcos nasceu em Cirene na Pentapolis, na antiga Líbia. Marcos era filho de Maria de Belém e primo de Barnabé e já se havia convertido ao Cristianismo quando Paulo e Barnabé chegaram a Jerusalém, trazendo os auxílios da Igreja de Antioquia (atual Turquia).

O seu nome aparece nas epístolas de S. Paulo, que se refere a ele como um dos seus colaboradores que enviaram saudações a Roma. Acompanhou Paulo e Barnabé a Antioquia, na hoje Turquia, onde atuou como auxiliar de Paulo, mas voltou a Jerusalém quando chegaram a Perge, na *Panfília. Na sua ação evangelizadora terá embarcado para Chipre na companhia de seu primo Barnabé regressando mais tarde a Roma como colaborador de Paulo, prisioneiro naquela cidade. Em Roma terá entrado em contacto com Pedro, pois este dirigindo-se aos fiéis de Ponto, Galácia e Capadócia, na Ásia e Bitínia, saúda-os em nome do Evangelista, a que afetuosamente chama de filho.
S. Marcos

Certamente terá sido em Roma que escreveu o Evangelho (50 – 70) que traz o seu nome e que compila e reproduz a catequese de Pedro. É um Evangelho que se destina aos cristãos provenientes do paganismo e tem um estilo simples, vigoroso e com 661 versículos. No século II, o bispo Pápias de Hierapolis, na Anatólia, afirmou que ele teria sido intérprete de S. Pedro.

Um escrito de metade do séc. IV refere que este na sua “peregrinação” apostólica de Pentapolis terá ido para Alexandria tendo os pagãos da cidade ficado ressentidos com os seus esforços para converter os alexandrinos da religião tradicional helénica (grega) para o Cristianismo, e no dia 25 de Abril, colocando-lhe uma corda ao pescoço arrastaram-no pelas ruas desta cidade atirando-o no dia seguinte para o cárcere sofrendo um tormento atroz e onde viria a sucumbir. Por isso a Igreja Católica festeja-o nesta data de seu martírio.

Foi considerado também fundador da cidade de Veneza e as suas relíquias foram “roubadas” em Alexandria por dois mercadores venezianos e trazidas para essa cidade, tendo sido construída uma basílica para guardá-las, chamada “Basílica de S. Marcos”.

O lugar de Fradelos da Paróquia de S. Vicente da Branca, desde a Idade Média Baixa, pelo menos, adotou-o como seu patrono.

S. Marcos pregando em Alexandria, no Egito, sendo considerado o fundador da Igreja nestas longínquas terras do Oriente

Origem do topónimo de Fradelos, seu oráculo e primeira Capela

O topónimo de Fradellos tem origem num pequeno hospício de frades que existiu nas imediações da antiga capela deste lugar. Ora Fradelos vem de Frater Fratis, frades.

Na Idade Média Baixa até à Idade Moderna (inclusivé) era frequente a existência de pequenos hospícios de frades que podiam ter entre quatro a dez monges.

No local da capela antiga existiu um oráculo medieval, desconhecendo-se se foi ou não fundado pelos ditos frades, mas tudo leva a crer que sim. A existência destes pequenos “conventos” era mais frequente, sobretudo, na região entre Douro e Minho, mas também noutras zonas do reino como é o caso.

Através fontes documentais consultadas tanto na Torre do Tombo, como no Livro de Registos do Cabido da Sé de Coimbra, disponível nos Arquivos da Universidade coimbrã, constatamos que pelo menos desde finais da Idade Média Baixa até meados da Idade Moderna já existia a capela de S. Marcos o que revela a sua antiguidade.

Nas Memórias/Informações Paroquiais datadas de 17 de Maio de 1721, em resposta ao Cabido da Sé de Coimbra, a cuja diocese a freguesia da Branca pertencia na altura, o prior João de Sousa Menezes já fala na existência da Capela de Sam Marcos em Faradellos. Por sua vez Manuel Amaro de Sousa , prior da Branca, nas Memórias Paroquiais de 3 de Maio de 1758, enviadas ao bispado de Coimbra relata , entre outras, a existência da capela de S. Marcos em Faradellos (Fradelos), “sendo da freguesia e no(s) dia(s) do(s) mesmo(s) Santo(s), se canta nela(s) e se diz missa a que assiste algum povo”. Na parte que diz respeito à “Notícia da Serra”, do mesmo documento, referindo-se àquilo a que consideravam ser a “Serra de S. Julião” refere que alguma parte desta serra se encontra cultivada e na qual se encontrava o lugar de Fradelos.

Mais tarde e após a criação das Juntas de Paróchia (Paróquia) através do decreto régio nº. 25, de 26 de Novembro de 1830, em Angra do Heroísmo, que se delineou a estrutura do poder local português, a nível de freguesias, no contexto de uma sociedade em organização e de uma sociedade ligada ao antigo regime, daí até à 1ª. República os presidentes das Juntas de Paróquia eram os párocos e por várias vezes , isto é, no século XIX é citado o pagamento por parte desta entidade das missas festivas de S. Marcos.

Com a vinda do Padre Conde nos anos 20 do século XX, a referida capela sofreu uma grande intervenção e remodelação até à atualidade.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Benção da Antiga Capela de S. Marcos - Fradelos

No dia 25 de Abril, dia de S. Marcos, decorreu em Fradelos a bênção da antiga capela de S. Marcos, após a realização das obras de restauro.

A Eucaristia contou com a participação de mais de uma centena de pessoas e foi animada pelo Grupo de Jovens Pegadas na Areia de Fradelos.

No final da Eucaristia foi distribuído um postal com a imagem da capela, e com um excerto das Memórias Paroquiais de 1758, que inclui parte da resposta do P.e Amaro Manoel de Souza, Pároco da Branca, ao inquérito realizado a todas as Paróquias de Portugal, onde já se mencionava a existência desta capela em honra de S. Marcos.

“(…) Na província da Beira Alta, Bispado de Coimbra, comarca de Esgueira, termo do concelho da Bemposta, fica a freguesia da Branca. He priorado que apresenta sua Majestade Fidelíssima. No tempo presente tem trezentos e trinta e oito fogos, novecentos e trinta e quatro pessoas de comunham, cento e cincoenta e duas menores excepto as absentes, que sam cento e vinte e seis.”

(…) Tem no lugar de Soutelo a Capela de Santa Ana que he do Padre Francisco Pereira do mesmo lugar e no lugar de Crestello a Capela de Santa Luzia, e na de Albergaria a Nova de Sam Bento e em Fradelos a de Sam Marcos e no lugar de Outeiro a de Sam Juliam e todas essas quatro sam da freguesia e nos dias dos mesmos santos se faz cantar nelas missas e assiste algum povo. (…)”


O resto do dia foi ocasião de festa e convívio na capela nova de Fradelos.
Altar da antiga capela de S. Marcos - Fradelos

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Concerto da Quaresma e Páscoa

No próximo Sábado, 30 de Abril de 2011, irá decorrer na Igreja Matriz da Branca, pelas 21h30, um concerto do Coro de Câmara de São João da Madeira.

O programa a apresentar incide sobre a temática da Quaresma e da Páscoa, numa perspectiva portuguesa dos séculos XVI e XVII. Sob a forma de Polifonia Renascentista, apresentam-se peças de Frei Manuel Cardoso, Estevão de Brito, Duarte Lobo e Filipe de Magalhães.

Este concerto é promovido pelo Grupo Coral da Jobra.

domingo, 24 de abril de 2011

Domingo de Páscoa - 24 de Abril

Ressurreição de Cristo
 
Tema: Ele tinha de ressuscitar dos mortos. Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado: celebremos a festa do Senhor

1ª Leitura: Act. 10, 34ª.37-43
2ª Leitura: Cl. 3, 1-4 ou 1 Cor. 5, 6b-8
Evangelho: Jo. 20,1-9
Mensagem
“O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira)[…]”. “A primeira personagem em cena é Maria Madalena: ela é a primeira a dirigir-se ao túmulo de Jesus, ainda o sol não tinha nascido, na manhã do “primeiro dia da semana”. Ela representa a nova comunidade que nasceu da acção criadora e vivificadora do Messias”; essa nova comunidade, “apercebe-se de que a morte não venceu e que Jesus continua vivo”. […] “A ressurreição de Jesus prova, precisamente, que a vida plena, a vida total, a transfiguração total da nossa realidade finita e das nossas capacidades limitadas passa pelo amor que se dá, com radicalidade, até às últimas consequências”.

Fonte: “Firma os teus passos. Afirma a tua fé!”, Caminhada Quaresma – Páscoa 2011, Diocese de Aveiro: Secretariados da Educação Cristã

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Restauração da Capela Antiga de S. Marcos de Fradelos


Capela antiga de S. Marcos - Fradelos 
No próximo dia 25 de Abril, o lugar de Fradelos comemorará o dia da festa do seu Padroeiro, S. Marcos, com a celebração da Eucaristia às 9h30 na antiga capela de S. Marcos. A recente conclusão da restauração dessa capela, resultado do esforço e trabalho de uma comissão criada para o efeito, e dos donativos de todos aqueles que, de boa vontade, quiseram contribuir, será, também, motivo de comemoração.

Esta capela é um imóvel de grande valor patrimonial da Paróquia da Branca, pela sua antiguidade, história e tradições. A sua construção remonta ao tempo da ocupação de vários frades nas proximidades, que a utilizaram para orar e venerar S. Marcos Evangelista. Conta-nos a tradição, que este foi, também, local de sepultamento dos frades, cujas ossadas ainda hoje lá se encontram enterradas. Posteriormente, a capela foi ampliada para a dimensão actual.
Imagem de S. Marcos – Capela antiga 

Também ainda segundo a tradição, conta-se que os agricultores que possuíam juntas de bois, traziam-nos à capela de S. Marcos, no dia da sua festa, com o objectivo de amansar o gado. O ritual constava em dar voltas à capela com os bois e bater com uma imagem pequena de S. Marcos na cabeça dos animais.

S. Marcos Evangelista foi autor de um dos quatro Evangelhos do Novo Testamento, o primeiro a ser escrito e que serviu como fonte para a criação dos Evangelhos de S. Mateus e S. Lucas. O seu Evangelho é o mais curto, mas apresenta uma grande dinâmica, vivacidade e uma descrição pormenorizada e exacta da vida, pregação e paixão de Jesus, muito influenciado pelo Apóstolo Pedro, devido ao relacionamento muito próximo entre ambos.
Imagem Pequena de S. Marcos

 


Depois de várias missões em Chipre e Roma, Marcos foi para Alexandria, onde fundou a Igreja de Alexandria e onde veio a ser martirizado. Foi arrastado por pagãos pelas ruas, com cordas amarradas ao pescoço, e depois lançado ao cárcere, onde veio a morrer em 25 de Abril do ano 74. 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Domingo de Páscoa


A festa da Páscoa é a principal do ano litúrgico e celebra a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, o acontecimento mais importante da Humanidade: a redenção e libertação do pecado pelo Filho de Deus.

A Páscoa é o aniversário do triunfo de Cristo, no qual se festeja a feliz conclusão da Paixão e a alegria que sucede ao sofrimento.

Tal como profetizado, Jesus Cristo ressurgiu dos mortos ao terceiro dia, provando assim a sua divindade e a verdade da doutrina que proclamou.

Ressurreição” de Szymon Czechowicz (1689–1775) – pintura exposta no Museu Nacional de Cracóvia

Sábado Santo


Sepultamento” de Szymon Czechowicz (1689–1775) 
– pintura exposta no Museu Nacional de Cracóvia
Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe, está a Igreja.

Este dia é consagrado especialmente a honrar a sepultura de Nosso Senhor. É um dia de meditação e silêncio que faz encerrar o tempo Quaresmal para dar início à celebração da Páscoa.

No sábado à noite celebra-se a Vigília Pascal, a principal celebração do Ano Litúrgico. Nesta celebração, os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35), devem manter acesas as lâmpadas como os que aguardam o Senhor, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar à sua mesa.

Algumas das cerimónias da Vigília Pascal são: a bênção do fogo novo; a bênção do Círio Pascal; e a bênção da Água Baptismal.

Tocam os sinos porque Cristo ressuscitou. Aleluia!