quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Missão Jubilar: Ação Social. Protagonistas



O ministro da Solidariedade e da Segurança Social e o Arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana inauguram as sessões/debate que a Diocese de Aveiro promove, no âmbito da Missão Jubilar.

A primeira sessão, marcada para o dia 30 de Novembro, em Vagos, reúne Pedro Mota Soares e D. Jorge Ortiga, num debate que será moderado pelo jornalista da Rádio Renascença, José Bastos, sobre “Ação Social. Protagonistas”

A diocese de Aveiro pretende com estes debates ouvir aquilo que a sociedade tem a dizer à sua presença no mundo actual. O primeiro debate começa à 21h e decorre no Centro de Educação e Recreio de Vagos.

As próximas sessões estão já marcadas e tratarão temas como o ecumenismo e o diálogo inter-religioso, a Economia e o mundo do trabalho e ainda Família, casamento e sexualidade.

domingo, 25 de novembro de 2012

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo - 25 de Novembro

 
Tema: «É como dizes: Eu sou Rei!»

1ª Leitura: Dan 7, 13-14;

2ª Leitura: Ap 1, 5-8;

Evangelho: Jo 18, 33b-37.

Mensagem:

A Igreja conclui o ano litúrgico com uma grande festa a Jesus, chamando-o com o título de Rei. A solenidade atual foi instituída enquanto na Europa se formavam as grandes ditaduras; esta celebração teve a finalidade de afirmar a unicidade e a singularidade da realeza de Cristo, o «único» Rei justo.

Para festejar Cristo, rei do universo, a Igreja não nos propõe a narração duma manifestação esplendente. Mas, pelo contrário, coloca-nos diante da cena da paixão segundo S. João, na qual Jesus, humilhado e amarrado comparece perante Pilatos, representante dum grande império.

«Tu és o rei dos judeus?». A realeza de Jesus é o motivo de acusação, de tipo politico, o único que podia interessar ao procurador romano, indiferente em relação às questões religiosas, mesmo se na realidade a motivação da condenação de Jesus pelo sinédrio era de tipo religioso (a blasfémia, a pretensão de se fazer Deus).

Em vez duma resposta direta, mesmo que vaga, como lemos nos evangelhos sinópticos (Mt 27,11; Mc 15,2; Lc 23,3), João põe na boca de Jesus uma pergunta que traz à luz a responsabilidade dos judeus e dos sacerdotes na sua condenação: «Tu dizes isso por ti mesmo, ou outros to disseram de mim?».Porém, Pilatos coloca de novo a questão, embora de modo diverso: «Que fizeste?».

Jesus sempre resistiu às tentativas de o fazerem rei e, várias vezes, rejeitou essa possibilidade. Por isso, sossega o espírito de Pilatos: o reino dele é diferente, não é deste mundo, portanto não representa um perigo para os romanos. Mas, de facto, é Rei!

Para Jesus, apenas uma coisa conta: a verdade. Ele é a Verdade e, portanto, durante toda a sua vida serviu a verdade, deu testemunho da verdade. A verdade sobre o Pai, a verdade sobre a vida eterna, a verdade sobre a luta que o homem deve travar neste mundo, a verdade sobre a vida e sobre a morte. Eis o que é ser rei do universo: entrar na verdade e dar testemunho dela. Todos os discípulos de Jesus são chamados a partilhar a sua realeza, se «escutarem a sua voz».
 
 Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação) 

 

sábado, 24 de novembro de 2012

Capela de N. Srª da Alegria - Manifestação de interesse no concurso de obras

Aviso

Na sequência da informação veiculada pelo Boletim Paroquial, reforçada pelo aviso na Igreja sobre as obras referentes à remodelação e ampliação da Capela da Srª. D’Alegria de Albergaria-a-Nova, avisam-se todos os que pretendem concorrer à empreitada para manifestarem essa intenção à Comissão de Culto da Capela. 

A data limite para o efeito é o próximo dia 30/11, sendo apenas necessário que os interessados indiquem o seu nome/designação e domicílio para onde será endereçado o convite/documentos do concurso. Mais se informa que a não entrega desses dados no prazo indicado é tido como manifestação de não interesse. 

A Comissão de Culto da Capela 
da Nossa Senhora da Alegria (Albergaria-a-Nova)


domingo, 18 de novembro de 2012

XXXIII Domingo do Tempo Comum - 18 de Novembro

Tema: «Ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos»

1ª Leitura: Dan 12, 1-3;

2ª Leitura: Hebr 10, 11-14.18;

Evangelho: Mc 13, 24-32.



Mensagem:
Na leitura do evangelho deste Domingo Jesus começa por chamar a atenção aos seus discípulos para não se deixarem levar pelos muitos que surgirão a falar em nome dele para enganar. A história prossegue o seu curso caracterizado por guerras, tragédias, carestias, sofrimentos e, em particular, com perseguições de todo o género a atingir os discípulos que, por causa de Jesus, serão odiados.

Forças pagãs irão instalar-se no Templo, profanando-o, criando um ambiente de guerra e de medo e, uma vez mais, aparecerão os falsos profetas a aproveitarem-se da confusão. É preciso estar atento e ser perseverantes. É aqui que se insere o texto de hoje. A linguagem usada é uma série de citações do Antigo Testamento em estilo simbólico – linguagem apocalíptica – que, para nós hoje, se torna à primeira vista difícil de descodificar. Não se trata dum anúncio de desgraças mas, bem pelo contrário, um chamamento à confiança dos cristãos para um final feliz.

«O Sol vai escurecer-se… as estrelas cairão do céu». A linguagem forte que Jesus usa pretende significar que será um acontecimento único e irrepetível: a intervenção de Deus sacudirá a própria natureza e envolverá toda a criatura. Para a maior parte dos povos daquela época, os astros eram considerados deuses. O anúncio da sua queda é para significar a intervenção que Deus irá realizar sobre o mundo pagão e as suas forças sobre aqueles que seguem o Evangelho. Trata-se dum combate que Deus irá levar a cabo contra o mal. A comunidade dos crentes deve, pois, alegrar-se.

«O Filho do Homem», isto é, Jesus, que está para ser repudiado e moro pelos homens, aparecerá com todo o seu esplendor da sua glória de Ressuscitado e Senhor. Virá «sobre as nuvens», que são símbolo da presença de Deus, ou seja, num plano de igualdade com Deus. Será um acontecimento de salvação universal para os «eleitos» que serão reunidos de todos os lados.

O poder e a glória do mundo pagão cessarão para darem lugar ao «grande poder e glória» do Filho do Homem que virá para reunir os «eleitos», os seus amigos, aqueles que perseveraram, ou seja, os cristãos que se encontram por toda a parte. Por isso, há que ter confiança até ao fim. É este o coração do anúncio: um acontecimento muito alegre, que não deve ser temido como perigo mas deve ser desejado. À volta do Cristo glorioso serão reunidos todos os seus para refazer a família e celebrar a festa eterna.

É sugestiva a expressão usada por Jesus sobre a proximidade dos «últimos dias». Ele diz: «Sabei que isto está próximo, às portas». Esta imagem é usada também outras vezes na Escritura para exortar os crentes a estarem prontos para acolher o Senhor que passa. «Eis que o juiz está às portas» (Tg 5,9). E o livro do Apocalipse: «Eis que eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo» (3,20).

Quando será isso e qual o sinal de que todas estas coisas estão para acontecer? Jesus não se interessa com as datas. O que importa é a certeza da sua vinda final e a necessidade da perseverança no bem. Para a sua vinda gloriosa, Jesus empenha-se a si mesmo com uma solene afirmação: «O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão».

"O julgamento final" (1432-35) de Fra Angelico
Museu Nacional de S. Marcos, Florença (Itália)
 Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação) 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Semana dos Seminários 2012 :: Oração


Ó Maria,
vós sois feliz porque acreditastes,
primeira na fé em Cristo,
a imagem e a figura da Igreja crente.
Rogai a Deus por nós,
para que sejamos firmes na fé,
na alegria do encontro com Cristo.

Ó Maria,

vós sois a Mãe de Cristo Sacerdote,
a humilde Serva do Senhor,
a Mãe da Igreja crente.
Rogai a Deus pelos sacerdotes,
para que sejam servos da fé dos irmãos,
na alegria de crer e no entusiasmo de comunicar a fé.

Ó Maria,
vós sois a mulher do “Sim” total a Deus,
sempre disponível à vontade do Pai,
a Rainha de todas as Vocações.
Rogai a Deus pelos seminaristas,
para que reconheçam o amor de Deus,
na resposta decidida à sua vocação.

Ámen

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sacerdote, irmão na fé e servidor da fé dos irmãos




SEMANA DOS SEMINÁRIOS 2012
SACERDOTE, IRMÃO NA FÉ E SERVIDOR DA FÉ DOS IRMÃOS
 

"A Semana dos Seminários, de 11 a 18 de Novembro de 2012, oferece aos fiéis uma oportunidade de aprofundamento sobre o mistério do padre e sobre o ministério que ele realiza na Igreja.

No contexto do Ano da Fé, somos convidados a avivar a nossa consciência acerca da condição sacerdotal de todo o Povo de Deus, radicada no mistério pascal de Jesus Cristo, que assumimos pelo Batismo; ao mesmo tempo, afirmamos a teologia da Igreja acerca do sacerdócio ministerial, pelo qual alguns homens são associados à pessoa e missão de Cristo, Cabeça da Igreja.

(...)

Convidamos as comunidades cristãs a intensificar a oração pelas vocações sacerdotais, não somente na Semana dos Seminários, mas regular e longamente, numa corrente contínua que envolva todas as faixas etárias e todos os membros ativos da Igreja. É pela oração que manifestamos a fé e a disponibilidade para aceitar a vocação e a vontade de Deus, especialmente na liturgia da Missa, participação sacramental no mistério de Cristo e na adoração eucarística, que lhe dá continuidade.

Aos seminaristas deixamos uma palavra de ânimo, para que ponham a vida nas mãos do Senhor, que olhou para eles com bondade e misericórdia.

Aos jovens que sentem o apelo no sentido do sacerdócio, encorajamos a avançar sem medo, confiados no amor que o Senhor lhes tem e abertos à urgência de pastores, que sejam irmãos na fé e servidores da fé dos irmãos."


Mensagem de D. Virgílio Antunes, 
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios

 

domingo, 11 de novembro de 2012

XXXII Domingo do Tempo Comum - 11 de Novembro

Tema: «Ela, da sua penúria, deitou tudo quanto possuía»

1ª Leitura: 1 Reis 17, 10-16;

2ª Leitura: Hebr 9, 24-28;

Evangelho: Mc 12, 38-44.



Mensagem:

Jesus é um grande observador. Não é um daqueles que olham superficialmente sem ver as pessoas e as coisas como são realmente, mas é capaz de captar os verdadeiros sentimentos das pessoas, consegue revelar as intenções mais profundas e a pôr à luz o que muitas vezes fica escondido. Jesus não se deixa enganar pelos gestos religiosos amplos e vistosos dos escribas e fariseus. Por detrás da sua vida religiosa aparentemente íntegra, Cristo vê a sua maldade e afastamento dos verdadeiros ensinamentos de Deus.

Os escribas foram progressivamente ganhando importância na vida do povo hebreu: eram intérpretes oficiais da Lei de Deus, por isso apresentados como doutores da Lei, e proferiam as sentenças nos tribunais. Vestiam de forma diferente e pavoneavam-se ostensivamente nos lugares públicos, gostando se ser saudados de modo especial, com toda a reverência. Porque se consideravam importantes, naturalmente preocupavam-se em aparecer à frente de todos nos lugares de oração e nos banquetes para os quais eram sempre convidados.

A acusação de Jesus vai mais longe: servem-se da sua importância, aliada à ingenuidade das pessoas, para explorar os mais pobres, a pretexto de esmolas ou para os defenderem nos tribunais. E, como se não chegasse, fingem fazer longas orações para se mostrarem como homens santos. «Esses receberão sentença mais severa!».

A segunda parte do texto é uma contraposição. No Templo de Jerusalém havia a sala do Tesouro e aí, para quem queria fazer ofertas, também estavam as caixas para as ofertas; ao lado de cada uma encontrava-se um sacerdote a recebê-las. Isto fazia-se publicamente e, portanto, um observador podia fazer uma ideia de quanto oferecia cada um. A oferta da viúva é realmente miserável pois consiste em duas moedinhas, as de mais valor mais baixo. E Marcos procura traduzir para os seus leitores romanos, fazendo o câmbio para que eles entendessem: valia um quadrante.

À vaidade, à ostentação, à riqueza, ao fingimento, o evangelista contrapõe um modelo diferente: uma viúva pobre, que na sociedade da época representava o máximo da indigência e da falta de proteção a todos os níveis. Ela não chamou a atenção de ninguém, agiu discretamente, apresentando-se como uma autêntica discípula de Jesus, mesmo sem o conhecer. Não ofereceu muitas moedas, mas poucas, tudo o que tinha. Manifestou, desta forma, todo o seu empenho de vida e todo o seu amor a Deus. Por isso, deu muito mais que todos os outros.

Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação)  

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Missão Jubilar: Dia do Anúncio

Estamos em Missão Jubilar. A Igreja de Aveiro vive e celebra com renovada alegria a fé em Jesus Cristo, abre-se ao mundo com ânimo evangelizador e assim se torna rosto de esperança.

"Este é o dia e o tempo que o Senhor fez para nós; alegremo-nos nele." (Sal 118, 24)

«Vive este hora!». Faz do «Dia do Anúncio», sinal claro e firme da tua esperança num mundo melhor.

Dá este testemunho colocando no exterior da tua casa, o estandarte da Missão. Este estandarte é sinal de Esperança e união nesta grande e bela aventura de iluminar o mundo com a nossa fé e com a nossa vida.

Vamos dar nova cor e beleza às aldeias, vilas e cidades de nossa diocese, com o anúncio alegre: "Um dia vou mostrar que sou feliz... Hoje é o dia!"
António Francisco, Bispo de Aveiro


Coloque o estandarte no exterior de sua casa e registe esse momento com uma foto. Envie essa foto para diadoanuncio@diocese-aveiro.pt e também para a nossa paróquia svicente.branca@gmail.com


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Missão Jubilar: Mensagem à Diocese – Em tempo de anúncio


Em tempo de anúncio


Estamos em Missão

No próximo dia 11 de Novembro vamos realizar, pela primeira vez, a Missão 11. É o Dia do Anúncio, da afirmação de fé e do testemunho cristão, levado a toda a Diocese. “Um dia vou mostrar…Hoje é o dia”. Fazemos este anúncio, colocando o estandarte da Missão Jubilar em cada casa. Fazemo-lo, através das novas redes de comunicação, a que a Diocese aderiu de forma pioneira, colocando uma fotografia de família na plataforma “online” da Diocese. Fazemo-lo, com novo vigor e mais encanto neste Ano da Fé, professando a nossa fé, que é a fé da Igreja, e percorrendo caminhos, ruas e praças onde diariamente se cruza e constrói a vida de milhares de pessoas. Somos «mensageiros» da boa nova do evangelho e portadores do anúncio que, como «bispo para vós e irmão convosco» a todos dirigi para este mês de Novembro.

Saúdo-vos, com particular alegria, caros mensageiros das cento e uma paróquias da nossa Diocese, que ides, a partir destes dias, mês a mês, percorrer todas as ruas das nossas aldeias, vilas e cidades para levar a cada família, a mensagem que, em nome de Deus e como voz da Igreja, vos confio. Agradeço-vos a disponibilidade manifestada, a capacidade de diálogo exigida e o testemunho de fé e de perseverança que esta missão requer e revela.
 
(...)

Quero, com esta informação, sensibilizar toda a Diocese e convidar particularmente os que trabalham nos vários serviços e instituições no âmbito da acção social e da pastoral sócio-caritativa a participar nesta iniciativa da Igreja em Portugal e daí podermos todos trazer contributos que nos ajudem a construir uma sociedade justa, solidária e fraterna.

Aveiro, 6 de Novembro de 2012, Festa de S. Nuno de Santa Maria

António Francisco, Bispo de Aveiro

Leia a mensagem completa: clique aqui.



domingo, 4 de novembro de 2012

XXXI Domingo do Tempo Comum - 4 de Novembro

Tema: Amarás o Senhor teu Deus. Amarás o próximo.

1ª Leitura: Deut 6, 2-6;

2ª Leitura: Hebr 7, 23-28;

Evangelho: Mc 12, 28b-34.

Mensagem:

O texto de hoje situa-nos já no terceiro dia que Jesus passa na cidade santa. Tinha realizado o gesto da expulsão dos vendedores no Templo, desafiando os interesses e a autoridade do sumo-sacerdote. Por isso teve que responder aos sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos que vieram pedir-lhes contas da sua acção. Também os fariseus e partidários de Herodes se dirigiram a Jesus com perguntas manhosas, com a intenção de o apanhar em falso. Igualmente alguns da classe sacerdotal, isto é, dos saduceus, vieram com perguntas habilidosas, quase querendo ridicularizar Jesus.

O escriba do texto de hoje deve ter sido testemunha de todos estes debates e até ficou satisfeito com as respostas que Jesus foi dando aos seus interlocutores, a ponto de os fazer calar.

Para um judeu piedoso, que quisesse ser cumpridor da Lei de Deus, surgiam muitos obstáculos. E o grande obstáculo era a forma como, ao tempo de Jesus, era apresentada esta mesma Lei, contida nos cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco, em 613 preceitos (248 positivos e 365 negativos) que deviam ser escrupulosamente cumpridos. Qualquer falha representava sempre um pecado grave porque era contra a Lei de Deus.

É com esta mentalidade que se deve entender a maior parte das polémicas entre os escribas, os fariseus, e Jesus, a propósito de assuntos que à nossa mentalidade actual causa estranheza (colher algumas espigas em dia de sábado, não lavar as mãos antes de comer, curar no dia sagrado de Sábado…).

É verdade que nem todos os mestres viam as coisas deste modo. Algumas dezenas de anos antes de Jesus, houve um mestre, Hillel, homem inteligente e cordato, que resumiu a Lei desta maneira: «O que não desejas para ti, não o faças ao teu próximo; esta é toda a Lei, o resto é apenas comentário. Vai e aprende isto».

O escriba que Marcos nos apresenta é um homem sincero, não satisfeito com o modo de pensar do seu tempo nem simplesmente alimentar discussões sobre pormenores, que até ficou satisfeito com as respostas que Jesus deu a todos. Ele quer saber a opinião daquele mestre que arrasta multidões: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?».

Jesus não se limita a responder directamente à pergunta mas vai mais longe, unindo na sua resposta citações de dois livros diferentes: o Deuteronómio (6,4-5), com o Shemá (Escuta,…), que todo o judeu recita duas vezes ao dia, em que é apresentado o Deus Único e o amor incondicional a Ele; e o Levítico (19,18) que dá a medida do amor ao próximo: como a si mesmo. Apresenta assim aquilo que entende ser a essência da vida religiosa. Os primeiros cristãos entenderam bem o radicalismo desta afirmação de Jesus. Mais tarde, S. João dirá: «Aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1Jo 4,20). E também S. Paulo: «Toda a lei cumpre-se plenamente nesta única palavra: ama o teu próximo como a ti mesmo». (Gl 5,14)

O escriba também entendeu e coloca este amor em duas vertentes indivisíveis acima de todo o acto de culto, acima de todos os holocaustos e sacrifícios realizados no templo, os quais só terão sentido se forem realizados numa linha de amor. Vê-se claramente que é alguém habituado a olhar para a Lei já com o filtro do resto da Escritura, isto é, como a foram entendendo os profetas e os sábios de Israel ao longo dos tempos.

Jesus não explica mais nada. Limita-se a verificar que aquele escriba é diferente porque anda à procura, porque está aberto a Deus e não encerrado no emaranhado dos preceitos e dos mandamentos. Daí a resposta: «Não estás longe do Reino de Deus».

Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação)