domingo, 4 de março de 2012

II Domingo da Quaresma - 4 de Março

Tema: Transfiguração de Jesus

1ª Leitura: Gen 22, 1-2.9a.10-13.15-18;

2ª Leitura: Rom 8, 31b-34;

Evangelho: Mc 9, 2-10


Jesus começa lentamente a revelar-se, começando uma catequese aos apóstolos que se desenvolverá por graus através dos três anúncios da Paixão, mas que encontra nos ouvintes um difícil acolhimento.

Nos anúncios da paixão o tema do sofrimento e da morte prevalece mas não está só; todo o anúncio termina com o aceno à ressurreição. A transfiguração aparece colocada pouco depois do primeiro anúncio e é seguida quase imediatamente do segundo. Nela o tema da glória prevalece; mas também está aqui presente o tema da dor.

E apareceu-lhes Elias com Moisés
- A presença dos dois personagens, entre os máximos do Antigo Testamento, no momento em que o Pai está para revelar quem é Jesus aos discípulos, não é explicada, mas só indicada. A função de Moisés e Elias parece a de quem presta homenagem a Jesus e dá testemunho da voz do céu. O Antigo Testamento (Elias representaria os profetas; Moisés a Lei) insere-se assim na vida de Jesus. 

Este é o meu Filho Predileto - A frase é a mesma que se ouviu na narração do batismo e que condensa, aprofundando-as, diversas expressões do Antigo Testamento. O Pai apresenta agora o Filho predileto, o seu unigénito, aos três discípulos. A voz é-lhes endereçada: «Este é o meu Filho».

Escutai-O! - A frase tem uma grande extensão. Todas as palavras de Jesus são autenticadas, aprovadas e defendidas por Deus.
"Transfiguração de Cristo" (1487) de Giovanni Bellini
Pintura exposta no Museu e Galeria Nacional de Capodimonte, Nápoles

Agora Jesus tem o aspecto daqueles que Deus já glorificou com a vida imortal (luz e brancura das vestes). Paixão e ressurreição, humilhação e glória estão entrelaçadas. De tal modo, a transfiguração se torna ela mesma um anúncio, uma profecia dos factos.

O que por agora domina aqui sobre o monte, diante dos olhos estupefactos de Pedro, Tiago e João é sobretudo a glória. Por um breve momento, Jesus oferece aos seus discípulos mais caros uma iluminação sobre o seu futuro e o deles, um presságio do além. O seu desembocar natural, inevitável, será a glória; a qual então manifesta o secreto valor do presente sofrimento: «Porque quem quiser salvar a própria vida, há de perdê-la; mas, quem perder a própria vida por minha causa, salvá-la-á».

Aquele Jesus que se apressa para a condenação por parte dos chefes de Israel é exatamente o Filho predileto de Deus. Precisamente ele, não já Moisés ou Elias, é o mestre que agora Deus apresenta ao mundo. E é a nação eleita, que tinha escutado Moisés e Elias, que devia cumprir o mais trágico erro judicial.

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro  (adaptação)  

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