domingo, 30 de dezembro de 2012

Nossa Senhora e os Apóstolos

(clique na imagem para aumentar)

4º Ano de Catequese de Albergaria-a-Nova

Festa da Sagrada Família - 30 de Dezembro

  Tema: «Não sabíeis que devia estar nas coisas de meu Pai?»

  1ª Leitura:  Sir 3, 3-7.14-17a

  2ª Leitura: 1 Jo 3, 1-2.21-24;

  Evangelho: Lc 3,41-52


Mensagem:

O quadro da perda e encontro de Jesus apresenta antecipadamente o mistério da morte e da ressurreição de Jesus. Maria e José representam a comunidade cristã que perdeu de repente o seu mestre mas depois de «três dias» de espera e de procura consegue encontra-lo ressuscitado na glória do Pai.

A primeira palavra de Jesus lança uma nova luz sobre tudo o que foi dito até aqui a propósito do filho-servo e, ao mesmo tempo, fornece a chave de leitura de todo o resto do evangelho. Esta primeira palavra: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar nas (coisas) de meu Pai?», dada como resposta a quem o procurou e encontrou ao terceiro dia, manifesta o modo incondicionalmente filial como Jesus se empenhou na história dos homens. Numa submissão absoluta em relação ao Pai, Jesus introduz-nos no coração do mistério da sua pessoa, que escapa à nossa compreensão: «Eles não compreenderam». «Não sabíeis que eu devia…?». O evangelista, ao longo do seu evangelho, irá retomar mais 18 vezes este sentido de necessidade imperiosa de realizar o projeto do Pai.

A narração começa com um ato de obediência de Jesus à Lei e termina com um gesto de submissão em relação aos pais. O menino tornou-se um homem: livremente «desceu com eles, voltou a Nazaré e era-lhes submisso» . Todo o episódio deixa perceber que esta obediência é algo mais profundo que o respeito ou a reverência que cada judeu devia ter para com os seus pais.

A insistência de Lucas na sabedoria de Jesus não deve passar despercebida. O menino que interroga os rabinos peritos no conhecimento da Torah (Lei) é apresentado como um mestre que responde às suas perguntas. Surge a maravilha, tão comum em Lucas, diante daquele que se apresenta como a Palavra de graça e à luz do qual todo o Antigo Testamento irá ter sentido. Por isso, Jesus ressuscitado interpreta as Escrituras aos discípulos de Emaús e, aos discípulos reunidos, abriu-lhes a mente para que as entendessem (24,45).

É a sabedoria do Filho que vive na intimidade do Pai e no qual confia. Por isso, a oração confiante ao Pai no monte das Oliveiras ou a sua última palavra antes de morrer: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito». Também Jesus ressuscitado, antes de deixar os seus, lhes indicará o Espírito como «a promessa do Pai» (24,49).

Com a resposta a Maria e a José, Jesus começa a distanciar-se dos seus. A Páscoa em que se situa este texto é uma prefiguração da última Páscoa de Jesus na qual, depois de três dias, as mulheres e os discípulos, não encontrando o corpo de Jesus, se rendem à evidência: realmente Jesus está junto do seu Pai. E as duas testemunhas, no túmulo, recordarão às mulheres a palavra de Jesus: «é necessário que seja entregue…» (24,7).

O final do texto apresenta um refrão muito caro a Lucas: «Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração», na esperança de que um dia lhe seja dado perceber o que sucedeu. Esta primeira rutura anuncia a última em que ela perderá definitivamente o seu Filho para, depois de três dias o reencontrar para sempre na fé.

«E desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso». À primeira vista, parece-nos que a partir daqui Jesus nunca mais desobedeceu aos pais e passou a ser bem comportado. Mas o que Lucas quer dizer é algo de diferente e mais profundo. O mandamento «honra teu pai e tua mãe» tornou-se uma realidade visível na pessoa de Jesus. De facto, este mandamento significa fundamentalmente acolher todos os ensinamentos transmitidos pelos pais e imitar a sua fidelidade a Deus na linha da tradição dos antepassados. Neste sentido os pais de Jesus puderam sentir-se muito «honrados» naquele filho que aprendeu a fé dos pais e o amor à palavra de Deus, referência fundamental da sua vida e que ele iria cumprir e levar á plenitude.

Jesus viveu em família como qualquer pessoa, o que significa que a salvação não é estranha à vida comum dos homens. Com efeito, em Nazaré não há milagres nem pregações nem ajuntamentos de multidões. A família de Jesus era uma família comum, simples, mas exemplar: amavam-se, mesmo no meio de incompreensões e correções, como nos apresenta o episódio deste domingo. Porém, naquela família há uma profundidade que é revelada pelo evangelho: a centralidade de Jesus. É este o segredo da família de Nazaré. Não será por acaso que o nome Nazaré significa «aquela que guarda», representando toda a vida do discípulo que acolhe, guarda e faz crescer o Senhor no seu coração e na sua vida.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

IV Domingo do Advento - 23 de Dezembro

  Tema: «Bendito é o fruto do teu ventre»

  1ª Leitura: Miq 5, 1-4a

  2ª Leitura: Hebr 10, 5-10

  Evangelho: Lc 1, 39-45

  

Mensagem:

Este episódio insere-se nos dois primeiros capítulos do evangelho de Lucas, habitualmente chamados Evangelho da Infância. Os dois capítulos estão construídos em forma de díptico, fazendo uma apresentação da figura de João e de Jesus, enaltecendo, por um lado, a figura de João e mostrando as diferenças fundamentais deste em relação a Jesus. O episódio deste domingo é um encontro dos dois e das duas mães que têm uma conversa muito fora do comum. O evangelista Lucas põe na boca das duas mães uma recolha de textos do Antigo Testamento.

O sinal dado pelo anjo, relativo à maternidade de Isabel, como confirmação da maternidade de Maria, impele Maria a realizar a viagem de mais de 150 km. A pressa, referida por Lucas, é um sinal da plena obediência de Maria às palavras do anjo.


A saudação de Maria, que traz no seu ventre o Príncipe da Paz, provoca alegria em Isabel e no filho que tem no seu ventre. A habitual saudação judaica – «A paz esteja contigo» – atinge aqui uma profundidade que será explicada mais à frente. Aquele que vai nascer será motivo de Alegria para todo o povo e de Paz na terra.
"A Visitação" (1433-34) de Fra Angelico

As palavras de Isabel são ditas num «grande grito», uma expressão que faz lembrar textos do Antigo Testamento, num contexto litúrgico, relativos à arca da Aliança. Isabel saúda Maria como foram saudadas Jael (Jz 5,24) e Judite (Jt 13,18), duas mulheres de quem Deus se serviu para obter a libertação do seu povo. Maria é a jovem simples e humilde que se torna instrumento de salvação através do seu Sim que torna possível a encarnação do Filho de Deus, o fruto do seu ventre.

Isabel, enquanto adverte a presença do Filho de Deus no seio de Maria é revestida pela ação do Espírito Santo e também, no seu seio, o futuro João Baptista «estremece de alegria». A presença de Deus e a ação do seu Espírito são, no evangelho de Lucas, sempre motivo de alegria.

Sob a ação do Espírito Isabel profetiza, dizendo: «E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Feliz daquela que acreditou, porque tudo o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido». Maria é feliz, não pela sua maternidade miraculosa, mas pela sua fé na Palavra de Deus, aquela fé que tornou possível o impossível: Deus faz-se homem entre os homens!

Isabel reconhece em Maria a mãe do seu Senhor. As suas primeiras palavras, o seu grito de fé aclamam a criança que Maria traz no seu seio como se aclamava o próprio Deus: «Bendito». Jesus recebe, assim, na bênção de Isabel, o lugar de Deus.

A conclusão das palavras de Isabel parece mais uma afirmação válida para todos os crentes. Maria é apresentada por Isabel como figura dos crentes, que são felizes porque creem na palavra de Deus. Ela acreditou e, por isso, é a verdadeira mãe do Senhor.

O texto encerra com a exclamação de louvor por parte de Maria que entoa o início do Magnificat: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador».
Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação) 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Feliz Natal!


Para mim, o Natal é...

Veja as respostas dos meninos do 2º ano de catequese de Fradelos:

clique na imagem para aumentar

2º Ano de Catequese de Fradelos

No Coração de Deus...

... cabem todas as pessoas do mundo.

clique na imagem para aumentar

2º Ano de Catequese de Albergaria-a-Nova

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu Coração

As crianças do 4º ano de catequese do centro da igreja também participaram, de forma muito criativa, no Dia da Palavra, uma das iniciativas da Missão Jubilar.

Escolheram uma passagem da Bíblia, refletiram e explicaram qual o seu significado na sociedade e contexto atual.




4º Ano de Catequese da Igreja

domingo, 16 de dezembro de 2012

III Domingo do Advento - 16 de Dezembro

Tema: «Ele há-de batizar-vos no Espírito Santo e no Fogo»

1ª Leitura: Sof 3,14-18a

2ª Leitura: Filip 4,4-7

Evangelho: Lc 3,10-18


Às multidões que vinham para ser batizadas, João pregava a conversão, isto é, uma mudança de mentalidade e chamava-lhes duramente «raça de víboras», pois a mudança de mentalidade deve ter consequências no modo de agir. Por isso, João dizia a todos: «Produzi frutos que provem a vossa conversão». É na sequência desta forte admoestação que surge o texto de hoje.

A conversão é necessária para todos, em geral, e também é possível mesmo para aquelas pessoas que parecem estar mais longe, como é o caso dos publicanos (cobradores de impostos) e dos soldados.

A pergunta fundamental: «Que devemos fazer?» faz lembrar o itinerário batismal cristão. Também os ouvintes de Pedro em dia de Pentecostes fazem a mesma pergunta; o mesmo acontece com o carcereiro em relação a Paulo e a Silas. O evangelista Lucas mostra claramente que uma verdadeira conversão exige uma mudança de vida que se traduza em atos de solidariedade e misericórdia para com os outros. É assim que é apresentada a comunidade primitiva. A resposta de João, mesmo se genérica, indica no amor do próximo o princípio base da sua proposta ética.
"A pregação de João Batista" (1601-03) de Alessandro Allori



A segunda parte do texto apresenta-nos o paralelo entre João e a figura do Cristo que está para se manifestar.No anúncio que faz o Baptista da vinda do Messias Salvador entra também a apresentação dele como alguém mais forte, do qual ele não é digno de desatar a correia das sandálias. Facilmente identificamos aqui uma atitude de humildade perante aquele que há-se vir, declarado «mais forte».

João salienta a sua tarefa de preparação: batismo com água como sinal de conversão, e, ao mesmo tempo aponta, não para um Cristo terreno, mas para alguém muito acima, de ordem divina, que triunfará sobre o mal e o pecado, isto é, em linguagem profética, separará o trigo da palha. O batismo no Espírito, agora anunciado, vai encontrar eco no livro dos Atos dos Apóstolos: «João batizava com água; vós sereis batizados com o Espírito Santo…».

Tal como o antigo profeta, também João «evangeliza», ou seja, anuncia a Boa Nova ao povo de Deus, através de exortações que o levem a um regresso, não à pátria, como o antigo povo, mas a Deus, numa verdadeira conversão que será selada com o dom do Espírito Santo.

Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Dia da Palavra - registos na nossa paróquia


Na terça-feira, 11 de dezembro, houve mais uma Missão 11 no âmbito da Missão Jubilar -  o Dia da Palavra.

Para esta missão, foi-nos proposto divulgar frases bíblicas de forma criativa, em nossas casas, na rua, junto ao presépio, nas redes sociais, etc..

Aqui fica o registo fotográfico de algumas dessas frases colocadas nas ruas da nossa paróquia:


 







quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Missão Jubilar: Dia da Palavra

Missão 11 - 11 dezembro 2012 



Gostamos muito das palavras. Sem as palavras a nossa vida seria monótona e solitária.

Precisamos de palavras que façam ponte entre pessoas… que sejam momentos felizes de diálogo… que revelem o rosto da verdade… que deem sabor à vida… que nos falem de Deus… que nos digam como é bom viver em comunidade… que nos tornem solidários e irmãos.

Hoje procuramos a beleza da Palavra de Deus. Nesta Palavra ouvimos a Sua voz e das nossas ruas e praças fazemos lugares novos e belos, que Deus escolhe para nos falar.

Vive esta hora!” Vamos descobrir e comunicar, na Diocese de Aveiro, a beleza deste Dom que é Deus feito Palavra: “Um dia vou falar de Ti… Hoje é o Dia.”

A todos desejo um santo e feliz Natal.
António Francisco, bispo de Aveiro




É Natal! Faz da Palavra a tua palavra.

Sugestões:

Escolha uma pequena frase da Bíblia e coloque-a nos seus cartões
de boas festas, postais, prendas…
Coloca em lugar de destaque a Bíblia,
seja num lugar central da sua casa ou junto ao presépio.
Coloca num lugar visível da sua casa uma frase da Bíblia.

Leitores da Igreja - Dezembro 2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

II Domingo do Advento - 9 de Dezembro

Tema: «Toda a criatura verá a salvação de Deus»

1ª Leitura: Bar 5, 1, 9

2ª Leitura: Fil 1, 4-6.8-11;

Evangelho: Lc 3, 1-6.



Mensagem:

No tempo do Advento, a liturgia propõe à nossa atenção as figuras de João, o Precursor, e de Maria, a Mãe de Jesus, para orientar a nossa espera e o nosso empenhamento. No 2º e 3º Domingo é João a guiar-nos, com dois textos tirados do capítulo 3 do evangelho de Lucas. Este evangelista estabelece um paralelo muito estreito entre Jesus e o seu precursor, construindo nos primeiros dois capítulos do seu livro dois dípticos em que apresenta alternadamente Jesus e João, o Baptista, na sua infância.

O paralelo continua ainda na narração da vida pública com uma atenção precisa: quando a cena é ocupada por Jesus, João desaparece. Lucas quer sublinhar deste modo que com Jesus começa um tempo novo, o tempo da salvação, que João tinha a missão de introduzir.

Lucas é, por excelência, o evangelista da História da Salvação, isto é, a História das intervenções salvíficas de Deus na história dos homens.

Ao escrever para cristãos de língua e mentalidade grega, convertidos do paganismo e, portanto, habituados à mitologia e a histórias fantásticas fora deste mundo, Lucas quer marcar bem a diferença entre essas histórias dos deuses pagãos e a «História de Salvação» que vai apresentar.

A intervenção de Deus a favor dos homens acontece dentro da própria história humana, num tempo e num lugar bem determinados. Começa por indicar sete personagens do mundo profano e do mundo religioso. Para chegar ao número 7, que significa totalidade ou plenitude, ele refere Anás, sogro de Caifás, que já não era sumo-sacerdote, embora tivesse importância na vida religiosa. Lucas quer, deste modo, indicar que o que vai narrar tem a ver com toda a vida humana e com todos os povos.

«A palavra de Deus foi dirigida a João». É assim que a maior parte dos livros proféticos do Antigo Testamento começa, situando-se no período de cada reinado. Naquele tempo determinado e num lugar concreto, o deserto, João é apresentado como Profeta ou, como dirá Jesus, mais do que profeta.

A sua missão é preparar o caminho àquele que vem. Este caminho passa por uma atitude interior de conversão, com o sinal exterior do mergulhar na água do rio Jordão, significando a sua vontade de receber o perdão dos pecados que virá quando surgir o Messias.

A pregação de João baseia-se no texto do profeta Isaías (40,3-5), de que Mateus e Marcos só referem o princípio. Lucas cita todo o texto. O profeta anunciava o regresso à pátria dos exilados na Babilónia como um novo êxodo e convida o povo a preparar o caminho do retorno. Precedidos por Yahweh, o povo de Israel atravessará o deserto num caminho recto, sem altos e baixos. Para caracterizar o precursor, a citação é adaptada. Enquanto no livro de Isaías o deserto é o lugar no qual o caminho é preparado, nos evangelhos o deserto é o lugar onde fala João, a voz que prega a conversão com vista à vinda do Messias.

Este regresso foi espiritualizado, tornando-se num convite a uma mudança radical, isto é, a eliminar os obstáculos à Salvação de Deus: a arrogância, as desigualdades e os seus caminhos tortuosos, ou seja, a eliminar tudo o que opõe a Deus, tudo o que é pecado. Só assim se obterá a Salvação de Deus.

Ao longo do seu evangelho, Lucas vai identificar Salvação com perdão dos pecados. E esta salvação tem um rosto concreto: Jesus Cristo que, na altura do nascimento, foi apresentado como Salvador e foi chamado Salvação de Deus pelo velho Simeão.

Todos aqueles que reconhecerem o seu pecado e quiserem endireitar a sua vida receberão o perdão, isto é, a Salvação de Deus. É este o sentido da última frase, no seu tom de universalismo: «E toda a carne verá a salvação de Deus». Esta salvação de Deus é oferecida a todos, de qualquer raça ou nação.
Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação) 
 

domingo, 2 de dezembro de 2012

I Domingo do Advento - 2 de Dezembro

Tema: «A vossa libertação está próxima»

1ª Leitura: Jer 33, 14, 16

2ª Leitura: 1 Tes 3, 12-4,2

Evangelho: Lc 21, 25-28.34-36.



Mensagem:

O novo ano litúrgico que hoje se inicia, durante o qual iremos ser acompanhados pela leitura do Evangelho segundo S. Lucas, abre-se com um período de quatro domingos, em que a Igreja se prepara para celebrar no próximo Natal a vinda história de Jesus entre os homens. Ao mesmo tempo reaviva uma dimensão que a acompanha constantemente no seu caminho na história: a dimensão da espera. A Igreja aguarda, não com medo mas com desejo ardente e viva confiança, um futuro que Deus no seu amor prometeu e prepara. A este futuro, para o qual caminhamos, a Igreja chama-lhe «advento», isto é, vinda: a vinda do Senhor Jesus. É neste âmbito que se coloca a página do Evangelho deste 1º Domingo.

A primeira parte do texto deste Domingo é, praticamente, paralela ao texto de Marcos que era lido no XXXIII Domingo do ano B, contendo uma série de citações ou alusões (em itálico) tiradas do Antigo Testamento que, como vimos, pertencem à linguagem simbólica apocalíptica para significar que Deus vai intervir um dia sobre todas as forças do mal, abalando as convicções e as certezas em que muitos se baseiam e apoiam as suas vidas.

Todas as coisas deste mundo são corruptíveis, têm um fim. Mas o sentido da história humana não se encaminha simplesmente para a ruína e a desgraça. Aquilo que para muitos é o final de tudo, para os discípulos de Jesus Cristo é tempo de esperança e de certeza de libertação.

A segunda parte do texto alerta os discípulos as duas atitudes possíveis face à finitude e aos problemas da história pessoal e social. A primeira é de fuga, arranjando paliativos e falsas ilusões de bem-estar e de vida. A segunda atitude é permanecer acordado, apoiados na oração, isto é, na força de Deus para olhar os acontecimentos da vida através dos seus olhos.

O Dia do encontro com o Filho do Homem acontecerá sempre. É fundamental poder estar de pé, ou seja, com confiança, perante aquele que vem numa nuvem, como juiz, a interrogar a todos sobre a forma como usaram a sua vida. Porém, para os seus seguidores e amigos, vem numa atitude de amor, libertação e vida.

Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação)