sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

IV Domingo do Advento - 23 de Dezembro

  Tema: «Bendito é o fruto do teu ventre»

  1ª Leitura: Miq 5, 1-4a

  2ª Leitura: Hebr 10, 5-10

  Evangelho: Lc 1, 39-45

  

Mensagem:

Este episódio insere-se nos dois primeiros capítulos do evangelho de Lucas, habitualmente chamados Evangelho da Infância. Os dois capítulos estão construídos em forma de díptico, fazendo uma apresentação da figura de João e de Jesus, enaltecendo, por um lado, a figura de João e mostrando as diferenças fundamentais deste em relação a Jesus. O episódio deste domingo é um encontro dos dois e das duas mães que têm uma conversa muito fora do comum. O evangelista Lucas põe na boca das duas mães uma recolha de textos do Antigo Testamento.

O sinal dado pelo anjo, relativo à maternidade de Isabel, como confirmação da maternidade de Maria, impele Maria a realizar a viagem de mais de 150 km. A pressa, referida por Lucas, é um sinal da plena obediência de Maria às palavras do anjo.


A saudação de Maria, que traz no seu ventre o Príncipe da Paz, provoca alegria em Isabel e no filho que tem no seu ventre. A habitual saudação judaica – «A paz esteja contigo» – atinge aqui uma profundidade que será explicada mais à frente. Aquele que vai nascer será motivo de Alegria para todo o povo e de Paz na terra.
"A Visitação" (1433-34) de Fra Angelico

As palavras de Isabel são ditas num «grande grito», uma expressão que faz lembrar textos do Antigo Testamento, num contexto litúrgico, relativos à arca da Aliança. Isabel saúda Maria como foram saudadas Jael (Jz 5,24) e Judite (Jt 13,18), duas mulheres de quem Deus se serviu para obter a libertação do seu povo. Maria é a jovem simples e humilde que se torna instrumento de salvação através do seu Sim que torna possível a encarnação do Filho de Deus, o fruto do seu ventre.

Isabel, enquanto adverte a presença do Filho de Deus no seio de Maria é revestida pela ação do Espírito Santo e também, no seu seio, o futuro João Baptista «estremece de alegria». A presença de Deus e a ação do seu Espírito são, no evangelho de Lucas, sempre motivo de alegria.

Sob a ação do Espírito Isabel profetiza, dizendo: «E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Feliz daquela que acreditou, porque tudo o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido». Maria é feliz, não pela sua maternidade miraculosa, mas pela sua fé na Palavra de Deus, aquela fé que tornou possível o impossível: Deus faz-se homem entre os homens!

Isabel reconhece em Maria a mãe do seu Senhor. As suas primeiras palavras, o seu grito de fé aclamam a criança que Maria traz no seu seio como se aclamava o próprio Deus: «Bendito». Jesus recebe, assim, na bênção de Isabel, o lugar de Deus.

A conclusão das palavras de Isabel parece mais uma afirmação válida para todos os crentes. Maria é apresentada por Isabel como figura dos crentes, que são felizes porque creem na palavra de Deus. Ela acreditou e, por isso, é a verdadeira mãe do Senhor.

O texto encerra com a exclamação de louvor por parte de Maria que entoa o início do Magnificat: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador».
Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação) 

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