domingo, 28 de outubro de 2012

XXX Domingo do Tempo Comum - 28 de Outubro

Tema: «Vai, a tua fé te salvou»

1ª Leitura: Jer 31, 7-9;

2ª Leitura: Hebr 5, 1-6;

Evangelho: Mc 10, 46-52.

"Jesus cura o cego de Jericó" (1650) de Nicolas Poussin
Pintura exposta no Museu do Louvre, Paris
 Comentário:
No seu caminho para Jerusalém, Jesus está a percorrer a última etapa. É acompanhado pelos discípulos e por grande multidão de seguidores. Depois de Jericó, não há mais nada até Jerusalém, que fica a 27 quilómetros. Através de gestos e palavras tinha procurado anunciar a Boa Nova e revelar a sua Pessoa, mas sem grandes resultados. Mesmo os três anúncios da paixão e ressurreição não surtiram o efeito desejado, como se pode ver pelas reações dos discípulos: Pedro, o grupo que discute os primeiros lugares, os dois irmãos que pedem lugares especiais na glória. Jesus já se tinha queixado da cegueira daqueles que o seguiam: «Tendes olhos e não vedes?». Muitos o acompanhavam, mas estavam longe de realizar o convite de Jesus: «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me».

Neste contexto, a página do evangelho de hoje surge não apenas como a recordação de mais uma cura prodigiosa de Jesus mas como uma verdadeira lição. A narração é muito colorida e viva, cheia de pormenores. O evangelista poderia tê-la recolhido duma testemunha ocular: talvez Pedro, de quem Marcos foi discípulo.

Um cego está sentado à beira do caminho, imobilizado, incapaz de viver como os outros, proibido pela Lei de entrar no Templo, esperando as esmolas. Mas não está conformado… Tinha ouvido falar de Jesus e eis que ele agora passa ali. Grita. Pede misericórdia. Mas existem obstáculos a ultrapassar. O primeiro obstáculo é o grupo que rodeia Jesus e que o manda calar. Mas não desanima: continua a gritar, conseguindo «ver» em Jesus o Filho de David, um título popular para designar o Messias. Apesar de ser cego, «» algo que muitos não tinham visto, porque «cegos».

Os mesmos que o impedem são agora convidados a serem intermediários: «Chamai-o», diz Jesus.

O homem, no seu desejo de mudança de vida, atira fora a capa e dá um salto até Jesus. A única riqueza que possuía, a capa em que estava embrulhado, é empecilho de que se liberta para a busca dum bem maior. Começa a tornar-se verdadeiro discípulo, deixando os seus bens.

A procura da luz física na pessoa de Jesus, a quem o cego chama Mestre (Rabbúni, em aramaico) é também um sinal da luz da fé que já vai brilhando dentro daquele homem. «A tua fé te salvou!».

Operou-se agora uma mudança radical. Aquele que, quando era cego fisicamente, já conseguia «ver» alguma coisa acerca de Jesus, agora assume-se como verdadeiro discípulo: «segue» Jesus pelo caminho.

Fonte: Boa Nova de Domingo - Diocese de Aveiro (adaptação)     


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