domingo, 14 de outubro de 2012

XXVIII Domingo do Tempo Comum - 14 de Outubro

Tema: «Quem pode salvar-se?»

1ª Leitura: Sab 7, 7-11

2ª Leitura: Hebr 4, 12-13

Evangelho: Mc 10,17-30


Comentário:
O evangelista começa por recordar que Jesus está a caminho de Jerusalém, onde completará a sua missão de entrega, doação e serviço. Por outro lado, já tinha feito dois anúncios da paixão, com o convite feito a todos a seguir o mesmo caminho e com as respetivas incompreensões por parte dos discípulos.

O texto apresenta-nos um homem sincero, cumpridor dos mandamentos, o que, segundo a mentalidade da época já era o suficiente para «merecer» a vida eterna. Mas este homem procura algo mais. Tem consciência que a vida eterna não se merece, mas alcança-se por herança, é dada gratuitamente por Deus. A resposta que ele dá a Jesus leva-nos a concluir que não se trata duma pessoa muito jovem (como acontece no texto paralelo de Mt 19,20)

Jesus olha para ele com simpatia, fazendo-lhe uma segunda proposta na linha do convite antes feito a todos: o não apego aos bens, a ajuda aos pobres e a segui-lo. Aqui reside a maior dificuldade daquele homem que, apesar de observar piedosamente a lei, está demasiado agarrado aos seus bens.

A lição de Jesus mostra a impossibilidade de conciliar o Reino de Deus com o apego às coisas. Quem está encerrado em si mesmo, cheio e rico de si mesmo, está encerrado a uma abertura aos outros e a Deus.

Para a mentalidade da época, Deus abençoava com os bens da terra (saúde, filhos, longa vida, riquezas) aqueles que cumpriam os mandamentos e, por isso, eram considerados justos. Daí que ter saúde, muitos filhos, ter longa vida e ser rico era um sinal de bênção para quem era bom e justo. Daí a incompreensão perante o que Jesus diz: «É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus». Trata-se dum dito autêntico de Jesus em forma de provérbio. Existe a versão em que a palavra kamelos («camelo») é substituída por kamilos («amarra», corda grossa usada nas embarcações. De qualquer modo, o provérbio salienta uma impossibilidade. Por isso, a exclamação de Pedro: «Se este não se salva, quem poderá salvar-se?»

O apelo de Jesus é a uma visão diferente da vida e das coisas. Não se trata duma renúncia das coisas pela renúncia em si mesma mas por um valor maior: seguir Jesus e o anúncio do evangelho. São valores que só podem ser vistos com os olhos de Deus. Nem todos estão em condições de perceber esta forma de vida, pelo que quem a vive terá de enfrentar oposições, perseguições. Mas existe uma garantia de felicidade (cem vezes mais) para quem faz esta opção de renúncia de si mesmo e a certeza de ter a vida eterna.
Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro (adaptação)     

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