terça-feira, 31 de julho de 2012

XVII Domingo do Tempo Comum - 29 de Julho

Tema: A multiplicação dos pães

1ª Leitura: 2 Re 4, 42-44

2ª Leitura: Ef 4, 1-6

Evangelho: Jo 6, 1-15


Mensagem:

No domingo passado acompanhámos a chegada dos discípulos enviados em missão e o convite que Jesus lhes fez para irem descansar um pouco. Porém as multidões surgem de novo e Jesus compadece-se daquela gente por eram como ovelhas sem pastor e pôs-se a ensiná-los. Segue-se, em Marcos, a 1ª multiplicação dos pães. Porém não vamos acompanhar este evangelho mas sim o de S. João com o discurso do pão da vida que se segue. Isto deve-se ao facto de o evangelho se Marcos ser mais pequeno que qualquer um dos outros e não ter matéria suficiente para todos os domingos.

O episódio conhecido como a multiplicação dos pães é o único «milagre» comum aos quatro evangelistas mas que S. João prefere chamar «sinal». Aliás, a tudo aquilo a que habitualmente chamamos «milagre» João chama-lhe «sinal», precisamente porque representa sempre algo que não se vê exteriormente.

Desde o princípio do evangelho que João vai fazendo uma apresentação de Jesus em confronto com a figura de Moisés. Ao chamar a atenção para a proximidade da Páscoa dos Judeus, fornece uma chave de leitura. Jesus, tal como Moisés, atravessou o mar, acompanhado por uma grande multidão a quem vai alimentar, não apenas com um simples pão/maná mas com o verdadeiro Pão descido do céu.

O facto de não referir na última Ceia a instituição da Eucaristia deve concentrar-nos nesta cena e no discurso que se irá seguir como a grande lição que o evangelista quer dar sobre o Pão / Carne que Jesus distribui.

Jesus toma a iniciativa de querer alimentar a multidão. Os discípulos começam por fazer os cálculos para rapidamente concluir que é impossível alimentar a multidão. A única coisa de que dispõem pertence a um rapazito: cinco pães de cevada e dois peixes, alimento pobre usado pelos pobres. E é precisamente isto que vai chegar para todos!

A mensagem fundamental que nos é apresentada aponta não para a multiplicação de pães mas para o sentido da partilha que os seguidores de Jesus, tornando-se pequenos, devem realizar para com os irmãos.

O gesto de Jesus é simples: tomou os pães, deu graças e distribuiu-o aos presentes. Mas o leitor ou ouvinte já crente facilmente lança o olhar para o gesto eucarístico de que este é um «sinal».

A multidão presente começa a descobrir alguma coisa: Jesus é o Profeta que estaria para vir de que fala o livro do Deuteronómio (18,5: um profeta como Moisés). A Sagrada Escritura conservava a referência ao que «milagre» realizado pelo profeta Eliseu, alimentando 100 pessoas com 20 pães de cevada. O que Jesus fez ultrapassa tudo. Mas Jesus é mais do que o Profeta anunciado e mais do que um Rei que se limite a dar a comer um alimento exterior. Por isso foge da multidão. Não aceita ser instrumentalizado.

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro (adaptação)    

Sem comentários:

Enviar um comentário