domingo, 1 de julho de 2012

XIII Domingo do Tempo Comum - 1 de Julho

Tema: «Não tenhas receio. Crê somente.»

1ª Leitura: Sab 1, 13-15: 2, 23-24

2ª Leitura: 2 Cor 8, 7.9.13-15

Evangelho: Mc 5, 21-43

"Cristo e a mulher com fluxo de sangue" (1565-1570) de Paolo Veronese
Pintura exposta no Museu da História de Arte, Viena (Áustria)


Mensagem:
Este texto do evangelho de S. Marcos apresenta-nos dois episódios que se entrelaçam, aparentemente distintos um do outro, mas que de alguma forma se completam um ao outro: o pedido de socorro de Jairo pela filha de doze anos que está a morrer, a mulher que sofre há doze anos e é curada ao tocar em Jesus e, finalmente, a constatação da morte da menina e a sua ressurreição ao toque e à palavra de Jesus.

A mulher que tinha um fluxo de sangue encontrava-se numa situação de morte perante a Lei e a sociedade. A doença tornava-a estéril, considerada castigo e maldição por parte de Deus, impura perante a Lei e, por isso, impedida de se aproximar dos outros. Toda a gente a considerava como morta. Daí o medo com que toca em Jesus e, mais ainda, quando foi descoberta no seu gesto. Ela tinha feito tudo o que lhe era possível («gastara todos os seus bens») para readquirir a vida. Mas não perdeu a esperança e a fé.

Muita gente tocou em Jesus («Vês que a multidão te comprime de todos os lados, e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?’») mas só aquela mulher tocou em Jesus com fé: «Filha, a tua fé salvou-te».

É a mesma atitude de fé que Jesus pede a Jairo perante a realidade da morte efetiva da filha («Não tenhas receio; crê somente») e perante a troça e o conselho de toda a gente ali presente («A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?»).

Acompanhado pelos primeiros discípulos que chamou (que vão aparecer em momentos fundamentais) e pelos pais, Jesus aproxima-se da menina. S. Marcos recorda com simplicidade este acontecimento, tal como lhe deve ter narrado Pedro que a ele assistiu. Jesus pegou-lhe na mão e disse: «Talitha qûm!» (Menina, levanta-te). E ela ergueu-se do sono da morte.

O evangelista, depois de apresentar o poder de Jesus sobre os elementos da natureza (tempestade acalmada) e sobre o mal (cura do endemoninhado), mostra-nos Jesus que se deixa tocar e se sente tocado pela fé da mulher e de Jairo, restituindo a vida plena. Embora agindo com a força de Deus, Jesus age com toda a humanidade: não sabe quem lhe tocou e é a mulher a denunciar-se. Depois de fazer o que só ele podia, preocupa-se com a comida da menina, algo que os pais podem e devem fazer. E, uma vez mais, recomenda que ninguém saiba do sucedido.

Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro (adaptação) 

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