Tema: "Não devias também tu ter piedade do teu companheiro?"
1ª Leitura: Sir 27,33-28,9
2ª Leitura: Rom 14,7-9
Evangelho: Mt 18, 21-35
1ª Leitura: Sir 27,33-28,9
2ª Leitura: Rom 14,7-9
Evangelho: Mt 18, 21-35
A parábola contada por Jesus é construída à volta da imagem da dívida e dos devedores que exprime a relação primeiro entre rei/senhor e o seu funcionário e, depois, entre este e um seu companheiro. O Acento da história está no contraste entre o modo de agir do rei e o do seu servo perdoado. Tal contraste é salientado pela enorme desproporção entre a dívida do primeiro para com o seu senhor e a dívida que o companheiro tinha: 10.000 talentos para cem denários. Apresentando estes números em salários mensais da época: 2 400 000 salários mensais para 2,5 salários, temos um contraste enorme.
O primeiro servo recebe um perdão inesperado que, de facto, é a única saída para uma situação impossível de resolver doutra forma. Por isso o seu modo de agir para com o companheiro torna-se desapiedado, incompreensível para quem acabou de ser perdoado. É precisamente aqui que assenta o novo encontro entre o servo e o seu senhor: «Não devias também tu ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?».
Deus é sempre apresentado como o modelo: na perfeição, na compaixão, no perdão. Em Jesus, nas suas palavras e gestos a favor dos pecadores revela-se de modo definitivo o perdão esperado para os tempos messiânicos. Ao anunciar o perdão gratuito de Deus, Mateus recomenda à sua comunidade o perdão fraterno. Este perdão recebido de Deus de modo gratuito e inesperado é o modelo do perdão que deve caracterizar as relações na comunidade cristã.
Mas o texto termina, chamando a atenção para o juízo último que será de condenação para quem não realizou a misericórdia na forma de perdão fraterno: «Assim também o meu Pai celeste fará a cada um de vós se não perdoardes de coração ao vosso irmão». O ensino de Jesus já tinha sido claro: «se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes…» (Mt 6,14-15). Numa comunidade onde há pequenos e grandes, bons e maus, pecadores e fiéis, irmãos em crise e extraviados, o estatuto fundamental é o do amor que se exprime em atitudes de reconciliação e de perdão.
Fonte: Boa Nova - Diocese de Aveiro (adaptação)
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