quinta-feira, 28 de abril de 2011

Origem do topónimo de Fradelos, seu oráculo e primeira Capela

O topónimo de Fradellos tem origem num pequeno hospício de frades que existiu nas imediações da antiga capela deste lugar. Ora Fradelos vem de Frater Fratis, frades.

Na Idade Média Baixa até à Idade Moderna (inclusivé) era frequente a existência de pequenos hospícios de frades que podiam ter entre quatro a dez monges.

No local da capela antiga existiu um oráculo medieval, desconhecendo-se se foi ou não fundado pelos ditos frades, mas tudo leva a crer que sim. A existência destes pequenos “conventos” era mais frequente, sobretudo, na região entre Douro e Minho, mas também noutras zonas do reino como é o caso.

Através fontes documentais consultadas tanto na Torre do Tombo, como no Livro de Registos do Cabido da Sé de Coimbra, disponível nos Arquivos da Universidade coimbrã, constatamos que pelo menos desde finais da Idade Média Baixa até meados da Idade Moderna já existia a capela de S. Marcos o que revela a sua antiguidade.

Nas Memórias/Informações Paroquiais datadas de 17 de Maio de 1721, em resposta ao Cabido da Sé de Coimbra, a cuja diocese a freguesia da Branca pertencia na altura, o prior João de Sousa Menezes já fala na existência da Capela de Sam Marcos em Faradellos. Por sua vez Manuel Amaro de Sousa , prior da Branca, nas Memórias Paroquiais de 3 de Maio de 1758, enviadas ao bispado de Coimbra relata , entre outras, a existência da capela de S. Marcos em Faradellos (Fradelos), “sendo da freguesia e no(s) dia(s) do(s) mesmo(s) Santo(s), se canta nela(s) e se diz missa a que assiste algum povo”. Na parte que diz respeito à “Notícia da Serra”, do mesmo documento, referindo-se àquilo a que consideravam ser a “Serra de S. Julião” refere que alguma parte desta serra se encontra cultivada e na qual se encontrava o lugar de Fradelos.

Mais tarde e após a criação das Juntas de Paróchia (Paróquia) através do decreto régio nº. 25, de 26 de Novembro de 1830, em Angra do Heroísmo, que se delineou a estrutura do poder local português, a nível de freguesias, no contexto de uma sociedade em organização e de uma sociedade ligada ao antigo regime, daí até à 1ª. República os presidentes das Juntas de Paróquia eram os párocos e por várias vezes , isto é, no século XIX é citado o pagamento por parte desta entidade das missas festivas de S. Marcos.

Com a vinda do Padre Conde nos anos 20 do século XX, a referida capela sofreu uma grande intervenção e remodelação até à atualidade.

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