1ª Leitura: 2 Sam 7, 1-5. 8b-12. 14a. 16
2ª Leitura: Rom 16, 25-27
Evangelho: Lc 1, 26-38.
Mensagem:
Além de solene, o início do Evangelho deste Domingo é insólito, porque normalmente é o inferior que vai ter com o superior. A destinatária é primeiro apresentada com uma qualificação, «virgem», sem dúvida digna de valor, repetida duas vezes no mesmo versículo. Seguem-se outros pormenores, como a condição social de mulher que cumpriu a primeira fase do matrimónio, a descendência davídica do marido, o nome do marido e, por fim, não sem solenidade, o seu nome: Maria. A abundância de pormenores e o cuidado na escolha dos mesmos são um primeiro indício do papel importante que Maria tem na missão que Deus lhe quer confiar.
A saudação do anjo é fora do comum, quer porque em nenhum caso um mulher até então tinha sido saudada daquela maneira, até porque o seu conteúdo sai fora dos esquemas habituais. A iniciativa amorosa de Deus em relação a Maria é compendiada no termo «graça», que exprime o novo nome dado a Maria.
A saudação do anjo é fora do comum, quer porque em nenhum caso um mulher até então tinha sido saudada daquela maneira, até porque o seu conteúdo sai fora dos esquemas habituais. A iniciativa amorosa de Deus em relação a Maria é compendiada no termo «graça», que exprime o novo nome dado a Maria.
«O Senhor está contigo»: a ideia da missão está implícita. Quando Deus está com Israel ou com um seu eleito (Jacob; Moisés; Gedeão), isto significa não apenas protecção mas já uma ajuda para a missão. Maria é colocada na linha das grandes figuras que receberam de Deus um particular sustento em vista da tarefa a cumprir.
"Anunciação" (1433-34) de Fra Angélico Painel principal do retábulo do altar da vida de Maria, Igreja dos Jesuítas, Cortona (Itália) |
A saudação insólita causa a perturbação de Maria. Não se trata duma perturbação descontrolada, porque Maria não perde a concentração e a capacidade de reflectir nas palavras da mensagem. «Não temas, Maria», é um convite à serenidade e à esperança.
A mensagem vem agora anunciar um nascimento e a missão do que vai nascer. Jesus é apresentado não no seu fazer, mas no seu ser. São especificados os títulos, não a acção: ser grande, ser chamado Filho do Altíssimo, receber o trono de David, reinar para sempre, ser Filho de Deus. Acerca dele é dito que será «grande», título que sem mais precisões era reservado ao próprio Deus.
«O Espírito Santo descerá sobre ti, sobre ti estenderá a sua sombra o poder do Altíssimo». O texto exclui categoricamente a iniciativa e papel do homem na concepção, mas não explica como Deus intervém nem como age o Espírito. Vem sobre Maria como há-de vir sobre os Apóstolos. Aquele que vai nascer gozará duma relação única com Deus, será da sua mesma natureza: «Por isso, aquele que vai nascer santo será chamado Filho de Deus».
Maria não é mãe dum homem que se torna Deus, mas dum ser humano cuja pessoa sempre foi divina. Encontramos aqui a maior originalidade do cristianismo: a profunda identidade de Cristo e o seu mistério.
O «sim» de Maria - «Eis a serva do Senhor...» - é o assentimento, a participação da vontade e do coração que escuta, o abandono a qualquer referência pessoal para confiar só na palavra divina.
O «sim» de Maria - «Eis a serva do Senhor...» - é o assentimento, a participação da vontade e do coração que escuta, o abandono a qualquer referência pessoal para confiar só na palavra divina.
"Anunciação" (1472) de Leonardo da Vinci Pintura exposta na Galeria Uffiz, Florença (Itália) |
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